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Capital

Sozinho, pai retira de árvore bicicleta do filho que morreu atropelado

Fabiano Arruda e Paula Vitorino | 11/06/2011 08:59

Passagens de veículos pesados foi vetada, mas eles continuam sendo vistos no local

Rael Maciel diz que não quer mais ver bicicleta e vai levá-la ao ferro velho. (Foto: Pedro Peralta)
Rael Maciel diz que não quer mais ver bicicleta e vai levá-la ao ferro velho. (Foto: Pedro Peralta)
Tráfego de caminhões acima de 6 toneladas está proibido no local; placa não intimida motorista.
Tráfego de caminhões acima de 6 toneladas está proibido no local; placa não intimida motorista.

No dia em que o filho, Vinicius Nunes da Cruz Maciel, completaria 10 anos, o pai, Rael Maciel, 57, decidiu retirar de uma árvore a bicicleta que a criança usava no dia em que morreu atropelada por um caminhão no Jardim Montevidéu, saída para Cuiabá, em Campo Grande.

A passagem de veículos pesados foi vetada, mas eles ainda são vistos no local.

O acidente ocorreu há 45 dias no cruzamento da Rua Itaimbé com avenida Ana Rosa Ocampo. O menino voltava da borracharia onde tinha ido encher os pneus da bicicleta.

Agora, o pai garante que não quer mais ver a bicicleta. Diz que vai levá-la a um ferro velho.

Rael conta que tomou a decisão não pelo aniversário que ocorreria hoje, mas pela “mensagem” que gostaria de passar.

“A bicicleta não tem mais função aqui. Ela tinha um motivo: sensibilizar as autoridades para que não ocorra mais o que aconteceu com o filho neste trânsito violento”, afirmou.

Segundo Rael, desde a morte do filho, a rua ganhou quebra-molas e o tráfego de veículos pesados, com mais de seis toneladas, também foi proibido. No entanto, nossa reportagem flagrou alguns caminhões desrespeitando a sinalização.

No entanto, ele pede a presença de agentes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) no local para coibir possíveis infrações. “Cabe aos motoristas agora terem mais consciência, respeitaram a sinalização”, pontuou.

O dia - Maciel também lembra que, no dia 27 de abril, não houve aula na rede municipal, que seria por conta da negociação de professores com a prefeitura de Campo Grande para reajuste salarial.

Para ele, caso o filho estivesse na escola, no dia, a tragédia não teria ocorrido.

No dia da morte de Vinícius, moradores do Jardim Montevidéu, protestaram pelo fim do tráfego de veículos pesados na principal via do bairro, que fica próximo ao macroanel rodoviário, que liga às BRs 163 e 262.

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