"Surpresa para nós", diz cônsul-geral sobre tomada de poder na Síria
Da Capital, cônsul avalia queda do ditador Bashar al-Assad e comemora que queda do regime não deixou vítimas
A queda do governo Bashar al-Assad no último domingo (8), na Síria, é acompanhada em Campo Grande com expectativa de como serão os próximos dias. O cônsul-geral do Consulado da República Árabe da Síria, Khalil Youssef, disse nesta segunda-feira (9) que é muito cedo para fazer qualquer avaliação, mas torce para que dê tudo certo.
RESUMO
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O grupo rebelde sírio liderado por Abu Mohammed al-Golani derrubou o governo de Bashar al-Assad em um evento inesperado, assumindo o controle de Damasco. O cônsul-geral da Síria em Campo Grande expressou surpresa e cautela, esperando por esclarecimentos sobre a formação do novo governo e enfatizando a ausência de violência até o momento. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, emitiu alerta para os brasileiros na Síria, recomendando a saída do país e listando precauções de segurança. Um vereador de Campo Grande com amigos na Síria relatou que eles estão bem, apesar da surpresa com a queda do governo Assad, que sucedeu uma guerra civil em 2012.
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Foi uma surpresa para nós, não esperávamos isso, entregaram o governo em paz, foi uma surpresa”, diz o cônsul-geral.
No domingo, o grupo rebelde liderado por Abu Mohammed al-Golani derrubou o ditador Bashar al-Assad, assumindo o controle de Damasco, a capital do país. Bashar, que herdou o governo do pai, Hafez al-Assad, que comandou o país por 30 anos até morrer em 2000, conseguiu fugir da Síria para a Rússia.
Diante dessa sucessão de fatos e a queda do atual regime comandado há décadas pela família Assad, o cônsul-geral, Khalil assume o tom de cautela. “Estamos esperando, é muito cedo. [...] A gente não tem noção do que vai acontecer amanhã, estão fazendo composição de novo governo”, declara.
Apesar de a Síria estar em um cenário incerto, o cônsul-geral comenta que até o momento tudo ocorreu de forma pacífica. “Pelo menos não morreu ninguém, isso que importa pra gente. [...] Tomara que dê tudo certo, a gente torce por isso”, completa.
O governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores, emitiu nota no domingo declarando que acompanha a situação. “O Itamaraty, por meio da Embaixada em Damasco, permanece monitorando a situação dos brasileiros na Síria. Não há registro de nacionais entre as vítimas das hostilidades. Recomenda-se também que os brasileiros consultem o alerta”.
Através do alerta consular, o governo listou uma série de precauções para os brasileiros residentes na Síria ou aqueles que estão viajando pelo país seguirem.
Precauções:
- Caso não esteja na Síria, não viaje ao país;
- Recomenda-se aos nacionais residentes ou de passagem pela Síria que se ausentem do país, por meios próprios, até o retorno à normalidade.
- Aos nacionais que decidam manter estadia na Síria, recomenda-se adotar as indicações de segurança das autoridades locais e não permanecer em áreas de reconhecido risco;
- Não participe de aglomerações e protestos;
- Verifique se seu passaporte e dos demais membros de sua família possui ao menos seis (6) meses de validade;
- Certifique-se de que possui documento de nacionalidade brasileiro (como certidão de nascimento) e/ou carteira de identidade válida brasileira ou síria;
- Evite repassar informações não comprovadas ou compartilhar notícias antigas. Procure estar informado da situação atual do país e acompanhar canais de comunicação confiáveis;
- O plantão consular do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (24h) pode ser contatado pelo número: +55 61 98260-0610 (WhatsApp).
Também de Campo Grande, o vereador Dr. Jamal Salém tem amigos na Síria. Após a queda do governo, ele entrou em contato com essas pessoas. “Graças a Deus, estão bem”, conta.
Sobre os fatos que ocorreram no domingo, ele também revelou ter ficado surpreso. “É uma coisa que a gente não esperava, existia uma oposição há muito anos. [...] Estava sendo esperado isso porque em 2012 aconteceu uma guerra civil, mas naquela época eles não estavam bem armados e sem apoio de outras correntes, da Turquia e dos Estados Unidos indiretamente”, comenta.
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