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Capital

Suspeita é que veterinária sofreu overdose em motel com empresário

Jovem de 29 anos rastejava no asfalto e espumava pela boca, relatam testemunhas de surto em motel

Anahi Zurutuza, Clayton Neves e Viviane Oliveira | 17/01/2020 08:34
Casal estava em motel na saída para Três Lagoas, quando jovem saiu correndo para o meio da rodovia aparentemente em surto (Foto: Henrique Kawaminami)
Casal estava em motel na saída para Três Lagoas, quando jovem saiu correndo para o meio da rodovia aparentemente em surto (Foto: Henrique Kawaminami)

A médica veterinária, de 29 anos, que morreu na BR-262, na noite dessa quinta-feira (17), depois de sair em surto de um motel na saída para Três Lagoas, em Campo Grande, rastejava no asfalto, gritando o tempo todo, e espumava pela boca, segundo testemunhas do ocorrido. As pessoas que tentaram ajudar a jovem relataram que ela saiu correndo de dentro do estabelecimento.

A jovem estava acompanhada de empresário de 30 anos, filho de pecuarista muito conhecido na Capital. Ainda de acordo com as testemunhas, ele tentou colocar a moça para dentro da caminhonete que conduzia, uma VW Amarok, mas ela resistiu. Ele acelerou e foi embora do local.

Foi depois da confusão que a moça entrou entre o pneu e o eixo de um caminhão que estava parado no acostamento, próximo ao cruzamento com a Avenida Doutor Paulo Adolfo Bernardo, na região do Jardim Noroeste. O motorista do caminhão relatou à polícia que viu a jovem vindo em sua direção e conseguiu frear, evitando o atropelamento.

Quando as equipes de salvamento chegaram ao local ela já estava morta. A principal tese da polícia é que a veterinária tenha sido vítima de overdose, por causa dos sintomas - agitação extrema, confusão mental, pupilas dilatadas. 

Movimentação no local do ocorrido, depois que o óbito foi constatado (Foto: Adriano Fernandes)
Movimentação no local do ocorrido, depois que o óbito foi constatado (Foto: Adriano Fernandes)

Testemunha - Uma dona de casa, de 34 anos, que preferiu não se identificar, conta que tentou conter a vítima. “Comecei a ouvir os gritos dela dentro do motel. Ela dizia que o homem iria matar ela e então ela saiu correndo para fora. Eu fiquei preocupada e vim tentar ajudar”, contou ao Campo Grande News na noite de ontem.

Ainda segundo a moradora, a vítima estava visivelmente descontrolada. “Eu pedia para ela se levantar, dizia que ia ficar tudo bem, mas ela falava que a mãe dela não podia ver ela daquele jeito”, conta.

O empresário também teria tentado ajudar a controlar a mulher antes de fugir. “Ele dizia que ela ia acabar com a vida dele até que em determinado momento ele jogou as coisas dela na rua e foi embora”, completa a moradora.

Segundo a testemunha, foi nesta hora que a veterinária atravessou a rodovia e foi até o caminhão que estava parado. Pessoas tentaram retirar a vítima, mas ela se negou a sair debaixo do caminhão.

Detalhes da apuração - O Campo Grande News apurou que um advogado do empresário esteve na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro durante a madrugada e prometeu que o cliente se apresentaria para prestar esclarecimentos. 

A equipe que esteve no quarto do motel contou à reportagem que não havia sinais de violência – o quarto estava arrumado –, mas que resquícios de substância que parece ser cocaína foram encontrados no local.

No estabelecimento, a informação é que apenas o proprietário pode falar sobre o assunto, mas funcionária não quis repassar o telefone dele.

A reportagem tentou contato com o advogado do empresário, ligou no curtume de propriedade da família e a informação é que ele está viajando. Um recado também foi deixado na caixa postal do celular dele.

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