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Capital

Suspeitas de matar manicure reafirmam que queriam só "dar susto"

Gabriela e Emily prestaram depoimento em audiência e disseram que punir mulheres que se envolvem com homens casados é comum

Leandro Abreu | 02/06/2016 18:04
Jeniffer foi baleada no rosto e caiu de um precipício no Céuzinho, em janeiro. (Reprodução/Facebook)
Jeniffer foi baleada no rosto e caiu de um precipício no Céuzinho, em janeiro. (Reprodução/Facebook)

As duas suspeitas de ter matado a manicure Jeniffer Nayara Guilhermete de Morais, 22, em janeiro deste ano, em uma hsitória envolvendo traição e ciúme, prestaram depoimento nesta quinta-feira (2) na segunda audiência do caso. Reafirmaram que só queriam "dar um susto" na vítima, além de defenderem ser comum a cultura da “Talarica” na periferia, nome dado às mulheres que se relacionam com homens comprometidos.

Geralmente, essas mulheres são punidas com a cabeça raspada, mas no caso de Jeniffer, ela acabou baleada no rosto, caiu de um precipício no local conhecido como cachoeira do Céuzinho e morreu no local. A vítima se envolveu com Alisson Vieira, 22, marido de Gabriela Santos, 20, meses antes do crime. As amigas Emily Leite, 20, e uma adolescente de 17 anos, que tem o caso acompanhado pela Vara da Infância e Juventude, também participaram do homicídio.

Gabriela foi a primeira a ser ouvida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. Ela afirmou que nunca quis matar Jeniffer, mas no momento perdeu a cabeça por algumas coisas que a vítima falou.

“Só queria assustar e que ela me pedisse desculpas. Dei dois tiros para assustar e mesmo assim ela disse 'dei e dei gostoso, corna mãe e corna filha', aí fiquei transtornada. No terceiro tiro acertei, mas sem querer”, disse. A frase dita por Jeniffer se referia a um caso que ela também teve com o padrasto de Gabriela, além do envolvimento com Alisson.

Ainda conforme o depoimento de Gabriela, esse era o segundo caso de traição do marido, que hoje está preso por homicídio cometido há um ano. “Eu e a Emily já raspamos a cabeça de outra menina que ficou com o Alisson. Perdoei ele. Eu amava muito ele, foi meu primeiro homem. Conheci quando tinha 14 anos e casei, mas agora acabei com a minha vida”, lamenta emocionada.

Gabriela e Jeniffer eram amigas de infância até o desentendimento por conta do caso com Alisson. Em seguida, Emily prestou depoimento. Ela acompanhou Gabriela durante toda ação, mas reafirma que a amiga não tinha a intenção de matar a vítima. “O tiro foi para assustar, mas depois que a Jeniffer disse aquilo, eu não reconheci minha amiga. Foi um momento de fúria”, disse.

Gabriela e Emily estão presas no presídio feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande. O próximo passo do processo criminal, conforme o juiz, é esperar as considerações da promotoria, das defesas e por fim ele dará o parecer se as duas serão julgadas em juri popular ou não. “Deve demorar cerca de um mês até que tudo seja concluído”, disse sem querer dar muitos detalhes.

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