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Capital

Suspeito de estupro e morte, padrasto levou enteada à UPA horas antes de crime

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 19/09/2014 08:57
Criança foi atendida em UPA antes e depois quando morreu após ter sido agredida e supostamente estuprada (Foto: Marcos Ermínio)
Criança foi atendida em UPA antes e depois quando morreu após ter sido agredida e supostamente estuprada (Foto: Marcos Ermínio)

Os desdobramentos do crime brutal que terminou na morte de uma menina de 2 anos, na tarde de ontem (18), no bairro José Abrão, revelam os diferentes perfis de um homem que é suspeito de estuprar e matar a própria enteada. Considerado pelos vizinhos como um homem agressivo e violento quando tinha contato com o álcool, Fernando Floriano Duarte, de 33 anos, se mostrou um pai carinhoso e atencioso ao levar a enteada para atendimento médico horas antes de ela ter sido encontrada ferida.

O Campo Grande News apurou que Fernando levou a enteada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida no período da manhã. A criança estava com tosse seca e algumas feridas pela cabeça, os pequenos ferimentos seriam fruto de uma alergia que a criança teve depois de brincar na terra de uma chácara, em uma viagem recente com os pais.

Na UPA, Fernando se apresentou como pai da menina e não levantou qualquer suspeita, até porque a menina não tinha nenhum hematoma ou ferimento pelo corpo. Carinhoso e atencioso, o homem nem de longe parecia alguém que fosse capaz de cometer um crime brutal horas depois. A criança foi medicada e liberada depois do atendimento.

Ainda segundo informação apurada pela reportagem, depois que a menina foi agredida, supostamente estuprada pelo padrasto e socorrida pela mãe até a UPA, um detalhe chamou atenção da equipe médica. Os ferimentos encontrados no órgão sexual da menina não indicam uma violência ocorrida horas antes, seria um ferimento causado por abusos de datas anteriores, mas apenas o exame necroscópico irá comprar se houve ou não estrupro.

Crime - Fernando foi preso logo depois do crime e, ouvido na delegacia, negou ter agredido ou estuprado a menina e o enteado de 6 anos, a criança também possui hematomas pelo corpo. Fernando disse que estava limpando o jardim da casa onde vivia com os enteados e a mulher, mãe das crianças, quando a menina de 2 anos chegou e atrapalhou. Ele contou à polícia que mandou a criança ir para dentro da casa, foi aí, segundo ele, que a menina teria tropeçado e batido a cabeça no sofá.

Essa é a justificativa do suspeito para o grande hematoma encontrado na parte de trás da cabeça da menina. No entanto, os levantamentos iniciais da perícia dão conta de que há vários hematomas nos braços da criança. O enteado de 6 anos contou aos policiais que também foi agredido com um soco na boca, mas o suspeito nega. Depois do crime, o homem trocou de roupa, saiu de casa foi até um bar beber e ainda raspou a cabeça.

Fernando está detido na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro da Capital e deve ser transferido para algum presídio ainda na manhã de hoje. O caso será investigado pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

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