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Capital

Suspeito de fraudar Detran reclama de “constrangimento” ao ser alvo da operação

Despachante Hudson Romero Sanches prestou depoimento por 2 horas no Dracco e negou as acusações

Por Jhefferson Gamarra e Geniffer Valeriano | 10/07/2024 16:55
Despachante Hudson Romero Sanches, envolvido nas investigações sobre o esquema fraudulento no Detran-MS de mãos cruzadas (Foto: Alex Machado)
Despachante Hudson Romero Sanches, envolvido nas investigações sobre o esquema fraudulento no Detran-MS de mãos cruzadas (Foto: Alex Machado)

O despachante Hudson Romero Sanches, envolvido nas investigações sobre o esquema fraudulento no Detran-MS, descreveu o momento em que recebeu a polícia em sua residência como "uma surpresa e um constrangimento". Em depoimento ao Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), nesta quarta-feira (10), Hudson detalhou sua versão dos fatos, alegando que sua senha foi utilizada sem autorização para realizar baixas administrativas indevidas em veículos.

Ele aceitou dar entrevista desde que tivesse o rosto preservado. "Fiquei sabendo do envolvimento apenas no dia que a polícia chegou na minha casa às 6h50 da manhã de uma sexta-feira. Eu não compartilhei a senha com ninguém ela é intransferível e não repasso, tudo é ligado ao meu CPF, foi uma surpresa quando os policiais chegaram enquanto arrumava minha filha para levar ao colégio, foi uma situação constrangedora", disse o despachante.

O despachante também explicou seus hábitos de trabalho, mencionando que ocasionalmente utiliza seu login em diferentes locais, que pode ter facilitado o acesso por terceiros. "Fora do meu escritório me lembro de ter usado minha senha em 4 despachantes na Avenida Bandeirantes, mais duas outras vezes em outros locais e nos computadores de despachantes do Detran. Na minha casa estão disponíveis minhas maquinas a hora que eles quiserem, foi tudo entregue para polícia, telefone, e-mail e documentos", esclareceu.

Advogado Mikhail Monteiro, que representa o despachante, após depoimento no Dracco (Foto: Alex Machado)
Advogado Mikhail Monteiro, que representa o despachante, após depoimento no Dracco (Foto: Alex Machado)

O advogado Mikhail Monteiro, que representa o despachante, explicou que ainda estão previstos mais alguns interrogatórios. Após esta fase, haverá um prazo de 60 dias para reunir outras evidências antes de encaminhar o processo ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para análise da aceitação da denúncia. Ele afirmou que está empenhado em contestar a aceitação da denúncia.

“Nós vamos levantar esses dados porque existe os IPs, vamos levantar onde o Hudson trabalha e todo o local que ele acessa as vistorias. Não temos como provar ainda, mas muito provavelmente ou essa senha ficou disponível nesses computadores ou eles tiveram acesso a essas senhas de outras formas, falamos isso para o delegado e o delegado fez as anotações, inclusive vai nos auxiliar nessa questão de verificação dos IPs”, disse o advogado.

Em relação aos outros suspeitos, Hudson afirmou não ter contato com eles. "Nunca tive contato com a Yasmin e nunca a conheci. Sabia quem era David Cloky porque todos os despachantes o conhecem, mas nunca tive contato direto", finalizou o suspeito.

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