Suspeito de torturar e queimar adolescente é preso
Samuel Góes foi preso em clínica para tratamento de dependentes químicos, na Capital
Samuel Góes dos Santos, 27 anos, suspeito de queimar com ferro de passar a namorada adolescente, 17, e agredi-la a golpes de panelada, foi preso na madrugada desta quinta-feira (19), em uma clínica de recuperação para dependentes químicos, em Campo Grande. Ele estava foragido desde a última terça-feira (17) e foi capturado por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações).
A informação da prisão foi confirmada pelo irmão de Samuel, o policial militar Marcelo Góes. Segundo ele, o suspeito tem esquizofrenia e aos 13 anos passou a usar maconha. Com 15 cocaína e depois crack.
“Sofremos há muito tempo ajudando ele na luta contra a dependência química. Ele tem passado mais tempo recluso nas clínicas do que vivendo em sociedade”, revelou o policial dizendo que está muito triste com toda a situação.
O Campo Grande News teve acesso ao laudo em que atesta a necessidade de que Samuel seja afastado do trabalho por três meses. O documento foi emitido no dia 12 de setembro deste ano e tem histórico de suicídio.
O laudo diz ainda que desde 2016 Samuel vem passando por clínicas de reabilitação para realizar tratamento psiquiátrico. Em um trecho do documento está escrito que “o paciente encontra-se em crise de recaída, apresentando sintomas de tensão, ansiedade manifestada de forma ansiosa com intenso sofrimento psíquico que gera afastamento social e perda das capacidades de relação interpessoal, concentração diminuída, sensação de perigo e tristeza”.
Samuel foi preso por policiais do GOI e encaminhado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde o caso será investigado.
O caso – A adolescente foi torturada por sete dias. Ela foi resgatada de uma quitinete, na tarde de terça-feira (17), no Bairro Moreninhas. As agressões praticadas pelo companheiro incluíam queimaduras com ferro de passar, paneladas na cabeça e a menina também foi obrigada a tomar açaí com urina.
O suspeito estava morando na quitinete há pouco mais de um mês. "Foi ele que alugou a quitinete, inicialmente para morar sozinho, mas a menina foi morar com ele depois de uns dias", conta uma testemunha, que terá o nome preservado. "A gente nunca desconfiou, ninguém viu e nem ouviu nada", diz.
Segundo apurado, o rapaz agiu após uma crise de ciúme. Entre as agressões, ele cortou o cabelo da vítima com uma faca, que foi apreendida na casa pela polícia. Outra faca foi encontrada com a ponta queimada.
Além disso, a menina foi queimada com ferro e água quente. O rapaz ainda tentou eletrocutá-la debaixo do chuveiro, dando choques na vítima, e obrigou que ela tomasse açaí com urina. As partes íntimas da adolescente também tinham ferimentos. "A polícia encontrou na casa comprimido de clonazepan e rivotril - medicamento contra depressão e ansiedade", disse outra testemunha.
A adolescente foi atendida e depois encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde prestou depoimento. Na sequência, foi levada até a Santa Casa para passar por exames médicos mais detalhados. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio, tortura, sequestro e cárcere privado.
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