TCE aprova inspeção na Santa Casa sobre recursos e superlotação
Levantamento sobre cinco pontos será feito pelo Ministério Público de Contas
No epicentro de problemas como salário em atraso, restrição de atendimento e superlotação sob suspeita, a Santa Casa de Campo Grande vai passar por inspeção do Ministério Público de Contas. Ontem (dia 9), o TCE (Tribunal de Contas) aprovou o pedido de averiguação prévia.
A vistoria vai verificar a capacidade instalada e operacional do Pronto-Socorro do hospital; a percentagem de ocupação diária no período de 15 de julho até a data da inspeção (que ainda não foi divulgada); o total e a pontualidade dos repasses efetuados a partir de primeiro de janeiro de 2017 pela prefeitura à ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), que administra a Santa Casa; o funcionamento do sistema de regulação de vagas; e o atual estágio do procedimento administrativo para a celebração de um novo Termo de Fomento.
Conforme o pedido do procurador-geral João Antônio de Oliveira Martins Junior, os dados de atendimentos são para esclarecer a superlotação, apontada pelo hospital como motivo de restrição a pacientes e refutada pelo município. No quesito regulação, a inspeção quer saber se há controle dos resgastes feito pelo Corpo de Bombeiros, que não estaria interligado com o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança).
Na semana passada, uma faixa informando superlotação e falta de vagas foi colocada no portão em frente ao hospital. O portão foi instalado em maio deste ano, para que somente pacientes regulados ou casos urgentes fossem atendidos. Com a estratégia para que o Pronto-Socorro deixasse de ser um “postão”, o nome do serviço foi alterado para “Urgência e Emergência”.
A restrição no atendimento rendeu polêmica. No sábado, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) divulgou vídeo com apelo para a Santa Casa. Na noite do dia 4, equipe de bombeiros forçou a abertura do portão e prendeu dois funcionários por desobediência.
Greve – A enfermagem da Santa Casa entrou hoje no terceiro dia de greve. Eles cobram o pagamento do salário de julho e mantém escala com apenas 30% dos profissionais. Na Justiça, o MPT (Ministério Público do Trabalho) pede bloqueio de verbas do hospital, que é o maior do Estado.