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Capital

"Temo que ele venha me ameaçar", diz filho de homem morto por guarda civil

Pedindo por justiça, amigos e familiares de Cauby de Freitas Novaes se reuniram em protesto nesta sexta (14)

Gustavo Bonotto e Mariely Barros | 14/04/2023 12:50
Filho de Cauby segura balão preto em frente ao Cemitério Santo Antônio nesta sexta-feira (14). (Foto: Henrique Kawaminami)
Filho de Cauby segura balão preto em frente ao Cemitério Santo Antônio nesta sexta-feira (14). (Foto: Henrique Kawaminami)

Amigos e familiares de Cauby de Freitas Novaes, homem que morreu após ser agredido por guarda civil municipal aos 56 anos, se reuniram com cartazes, camisetas e balões pretos para pedir por justiça em protesto organizado em frente ao Cemitério Santo Amaro, na manhã desta sexta-feira (14), em Campo Grande.

De acordo com a dona de casa Mônica da Silva Bispo, de 37 anos, Cauby era uma pessoa muito querida pelos moradores. "Respeitávamos a condição dele. Era honesto e vivia assim por opção. O que fizeram foi crueldade, covardia e queremos justiça".

"Sou da comunidade, cresci no Lar do Trabalhador, e este protesto é um pedido pela paz e justiça. Ele vivia com a gente e era indefeso. Não merecia uma morte tão cruel", pontuou a dona de casa.

Mônica segura cartaz que pede justiça pela vida de "Bud", apelido da vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mônica segura cartaz que pede justiça pela vida de "Bud", apelido da vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)

O filho do Cauby, de 35 anos, trabalha como vigilante e não quis se identificar por medo. "Em momento algum tiveram compaixão com meu pai. Foi uma morte por motivo fútil. Esse guarda civil já tem outras passagens e temo sim que ele venha me ameaçar, não sei o que ele é capaz de fazer", disse.

De acordo como vigilante, o homem não era abandonado. "Ele estava morando aqui na cidade, e depois que perdeu a mãe, teve uma recaída no álcool. Foi enterrado no cemitério Santo Amaro, e quis ficar perto da mãe dele", pontuou.

A entregadora Cris Oliveira, de 33 anos, conheceu Cauby desde criança. Ela afirma que ele era uma pessoa conhecida por todos na vila. "Gostava muito dele. Conheci das pracinhas e ele sempre ficava lá, junto com a criançada. Fico triste de lembrar. Meu amigo não teve nem tempo para se defender. Queremos justiça, e que o rapaz responsável seja preso".

Cartaz colado em parede pede que agressor vá para a cadeia (Foto: Henrique Kawaminami)
Cartaz colado em parede pede que agressor vá para a cadeia (Foto: Henrique Kawaminami)

"Ele pensou que não ia acontecer nada e achava que ninguém ia se importar. Como não dá para trazer ele de volta, o mínimo que queremos é justiça. Se ele fez isso com o Cauby, ele faz com qualquer pessoa. A gente só quer justiça", concluiu.

O caso - Cauby morreu na quarta-feira (12), após ser hospitalizado na Santa Casa de Campo Grande, um dia depois de ser agredido por um guarda civil metropolitano.

No boletim de ocorrência, consta que a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e encontrou o homem caído na Rua dos Narcisos com ferimento na cabeça, na terça-feira (11). Segundo relatos de testemunhas à PM, a vítima havia sido agredida pelo guarda Emerson Teixeira Barbosa, de 48 anos.

Ao ser indagado, o guarda respondeu que tinha sido insultado pelo homem, não aguentou as provocações e desferiu um único soco no rosto dele.

Imagens de câmera de segurança mostram o homem caminhando pela calçada com sacola na mão. Ele para na grade de uma casa (parece que está falando com alguém), quando o guarda chega numa motocicleta Honda Biz, para próximo ao meio-fio, desce e dá um soco no rosto da vítima, que cai e bate a cabeça no chão. Depois, o agressor ainda diz alguma coisa, sobe na moto, faz o retorno e vai embora.

Por meio de nota, enviada durante a noite da última quinta-feira (13), a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) decidiu pela demissão do servidor a qual será publicada entre hoje ou amanhã (15) no Diário Oficial de Campo Grande.

Já a assessoria da GCM (Guarda Civil Metropolitana) disse que o servidor está afastado de suas funções há pelo menos um ano e responde a procedimentos administrativos. “O servidor em questão nunca realizou rondas nas ruas e não estava em serviço no momento do fato ocorrido. O mesmo deverá responder criminalmente pela acusação”.

Confira a galeria de imagens:

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