Trad diz que vive trégua em batalha para Assetur investir R$ 40 milhões
“Pode surgir uma luz”, diz o representante das empresas
O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), afirmou hoje, durante entrega de 25 ônibus, que vive um momento de trégua com a Assetur (Associação das Empresas do Transporte Coletivo). “Há uma trégua, uma busca de solução”, diz o prefeito.
Prefeitura e empresas estão em pé de guerra devido à exigência que a Assetur invista R$ 40 milhões para que Campo Grande receba recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de Mobilidade Urbana.
O fim do contrato de concessão foi anunciado pela prefeitura e Trad chegou a rasgar a proposta enviada pelos empresários, que pediam aumento no valor da tarifa e ampliação do prazo de concessão.
O diálogo foi retomado quando a Assetur recuou do pedido de aumento do passe de ônibus, que hoje custa R$ 2,70. “Não vai ter aumento da tarifa. Isso já foi descartado”, reafirmou.
Quanto à ampliação do prazo de concessão, que termina em 2014, o prefeito não confirma nem nega. “Isso já seria um desdobramento. A decisão sai depois de 7 de setembro”, afirma.
Presidente da Assetur, João Rezende, demonstra acreditar num acordo com o poder público. “Estamos em permanente contato. E a exigência de não aumentar a tarifa não é nenhum impeditivo. Estamos dispostos a permanecer”, afirma.
Segundo ele, as empresas têm crédito e podem recorrer a um financiamento bancário. “Pode surgir uma luz ai”, declara, demonstrando confiança de que o contrato não será rompido.
Amigável - Já o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade, prevê que o desfecho será uma dissolução amigável do contrato.
Neste cenário, a prefeitura não precisaria pagar indenização pelo rompimento. Outra alternativa é a prefeitura alegar que houve descumprimento de cláusula contratual.
Segundo Rudel, mesmo se o rompimento foi unilateral, as empresas poderão participar do processo para exploração do serviço de transporte coletivo. "Basta comprovar a capacidade jurídica, financeira e operacional", explica.
Dos 280 milhões pleiteados pela prefeitura de Campo Grande no PAC, R$ 20 milhões serão destinados à construção de cinco terminais; R$ 7,5 milhões para reforma de sete unidades; R$ 160 milhões para construção de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo.
Além de R$ 9,7 milhões para implantar 56 quilômetros de ciclovias; R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico; R$ 67,3 milhões para intervenções viárias e R$ 9,5 milhões para estações de pré-embarque.