Traumatizado, rapaz que teve corpo incendiado pode receber alta este mês
Internado há 44 dias na Santa Casa de Campo Grande, Levi da Costa, 22 anos, que teve 40% do corpo queimado em uma tentativa de homicídio no dia 10 de março deste ano, pode receber alta ainda este mês. Amanhã (25), ele vai passar por uma avaliação médica.
O pai do rapaz, Leandro da Costa, 61 anos, vive a expectativa de ver o filho fora do hospital. “Ele vai vir para casa, vou cuidar dele”, disse emocionado.
Ele conta que esses últimos dias foram muito angustiantes para a família, já que Levi corria risco de morte. “O médico disse que ele aspirou o gás da gasolina e isso acabou queimando o pulmão dele. Meu filho teve ainda problemas no rim, fígado e estômago”.
As queimaduras no corpo do rapaz foram graves. Ele teve que ser submetido a cirurgias para implantação de enxerto nas nádegas, costas e nos dois braços. Por conta dos ferimentos, Levi ficou vários dias sem conseguir se alimentar, situação que piorou o seu quadro clinico.
“Ele ficou muito fraco, não estava conseguindo se recuperar. O médico disse para eu ficar observando, se a boca dele ficasse roxa era para gente pedir ajuda”.
Leandro afirma que o filho está traumatizado com tudo que aconteceu. “Nas noites que eu passei lá, ele sempre acordava gritando pai, pai, ele está me queimando”.
O pai conta, que com a repercussão que o caso tomou, Levi recebeu o apoio de muitas pessoas, que até chegaram ir até o hospital para vê-lo.
Dependete químico, Levi foi vítima de um ataque que, conforme as investigações, foi motivado por uma dívida relacionada à compra de entorpecente. Leandro acredita na recuperação do filho. “Foi uma lição muito dura para ele. Ele me pediu perdão e quer voltar para a casa”.
Crime- Segundo a Polícia apurou, Levi da Costa foi atraído pela ex-mulher, Lucilene Tavares dos Santos, 36 anos, para o local onde teve o corpo incendiado, na rua Falcão, bairro Morada Verde.
No local, ele já estava sendo esperado por Thiago Misael Segóvia de Moura, de 21 anos, Thiago Vieira da Silva, de 23 anos, Renato dos Santos Almeida, de 28 anos, Luiz Henrique dos Santos, de 53 anos, identificados como agressores.
Foi amarrado e espancado no centro catequético de uma igreja. Em seguida, foi levado para uma rua de asfalto, onde teve o corpo incendiado. Quem jogou a gasolina e ateou fogo no rapaz foi Segóvia, conforme apurado pela Polícia.
De acordo com a investigação, Levi rolou pelo asfalto na tentativa de apagar o fogo e depois saiu correndo, entrou em um matagal e foi encontrado andando pela rua Albatroz, no bairro Nascente do Segredo. Ele foi socorrido por populares, que acionaram o Corpo de Bombeiros.
A motivação para o crime, segundo a Polícia Civil, foi uma dívida de R$ 450 que Levi tinha com o grupo de traficantes.