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Capital

Tribunal Júri condena homem que matou ex a mais de 18 anos de prisão

Johnny feriu a ex-mulher com tiro no pescoço e depois do crime tentou cometer suicídio, mas sobreviveu e foi preso. Ela morreu depois de 32 dias internada

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 25/04/2018 18:41
Johnny Teodoro não quis assistir ao júri (Foto: Saul Schramm)
Johnny Teodoro não quis assistir ao júri (Foto: Saul Schramm)

Johnny Teodoro de Souza, de 33 anos, foi condenado a 18 anos e 6 meses de prisão pela morte de Pâmella Jennifer Garicoi - no dia 23 de março do ano passado. Julgado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta quarta-feira (25), o conselho de sentença decidiu que o réu assassinou a ex por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Após exato um ano da morte de Pâmella, o réu foi a júri popular. Johnny, no entanto, se negou a falar e pediu para não acompanhar o próprio julgamento. Sem o acusado na sala, o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos defendeu que ele fosse condenado por homicídio triplamente qualificado.

Testemunhas foram ouvidas e o vídeo do momento em que Johnny invade a loja de gesso em que a vítima trabalhava e atira contra ela. “É o caso clássico de machismo e da dominação da mulher”, afirmou o promotor, que reforçou ainda o histórico de violência contra a vítima, que já havia registrado seis boletins de ocorrência contra o ex, o último horas antes de ser morta.

A defesa de Johnny não pediu a absolvição, confirmou que o crime foi feminicídio, mas pediu ao júri a exclusão de duas qualificadoras: motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. “Eu tenho raiva dele, vocês têm raiva dele, mas não houve motivo torpe, além do próprio feminicídio, que tem na sua essência o motivo torpe”, afirmou o Defensor Público Gustavo Henrique Pinheiro da Silva.

“É torpe o crime, é torpe porque é asqueroso, é torpe porque é nojento, é torpe porque dá medo”, rebateu o promotor de justiça. Por maioria dos votos, o conselho de sentença decidiu pela condenação com as três qualificadoras e o juiz Aluízio Pereira dos Santos, fixou a pena em 18 anos e seis meses de prisão em regime fechado.

Marlei se emociona ao falar com a imprensa sobre o caso (Foto: Saul Schramm)
Marlei se emociona ao falar com a imprensa sobre o caso (Foto: Saul Schramm)
Júri aconteceu na manhã desta quarta-feira (Foto: Saul Schramm)
Júri aconteceu na manhã desta quarta-feira (Foto: Saul Schramm)

O crime - “Eu quero dizer, principalmente aos homens, que ninguém é de ninguém. Minha filha tinha o direito de ser feliz. Ele não tinha o direito de tirar a vida dela”. Foi assim que Marlei dias Garicoi pediu pela condenação do assassino da filha na manhã desta quarta-feira.

No dia 25 de abril de 2017, os médicos da Santa Casa de Campo Grande comunicaram a família a morte de Pâmela, após 32 dias internada. O crime aconteceu no dia 23 de março, e horas antes Marlei havia acompanhado a filha até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para uma nova denúncia contra Jhonny, a sexta em 11 anos de relacionamento.

Pâmella já atendia atrás do balcão da loja - localizada na Avenida Mascarenhas de Moraes - quando de repente Johnny chegou e sem falar nada atirou contra ela. Em seguida, o agressor atirou contra a própria cabeça. Antes do socorro chegar no entanto, ele retomou a consciência e tentou pegar o revólver novamente, mas foi contido por policiais que tinham acabado de chegar.

Ela foi atingida no pescoço e ficou internada por vários dias no CTI (Centro de Terapia Intensiva) em coma. Ela era mantida viva por meio de aparelhos e medicamentos. A equipe médica chegou a cortar os sedativos, mas ela não acordou e não apresentou melhora no quadro.

O acusado perdeu a visão do olho esquerdo, também ficou internado, mas recebeu alta médica no dia 5 de abril e foi encaminhado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimentos à Mulher), onde acabou preso pelo crime.

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