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Capital

Em júri 1 ano após assassinato, homem que matou ex prefere silêncio

Johnnye matou a ex-mulher com tiro no pescoço e depois do crime tentou cometer suicídio atirando contra a própria cabeça, mas sobreviveu e foi preso

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 25/04/2018 10:30
Johnnye está preso desde abril do ano passado (Foto: Saul Schramm)
Johnnye está preso desde abril do ano passado (Foto: Saul Schramm)

Réu por matar a ex-mulher com tiro no pescoço, Johnnye Teodoro de Souza, 33 anos, preferiu permanecer em silêncio e não quis acompanhar o próprio julgamento, que ocorre desde as 8h desta quarta-feira (dia 25) na 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande.

Na tarde do dia 23 de março do ano passado, armado com revólver, Johnnye invadiu o emprego da ex, Pâmella Jennifer Garicoi, 32 anos, e a atingiu com tiro no pescoço. Na sequência, ele tentou cometer suicídio atirando contra a própria cabeça.

Toda a ação foi filmada por câmeras de segurança. O crime aconteceu em uma loja de gesso na Avenida Mascarenhas de Morais. A vítima tinha acabado de voltar da delegacia, onde havia registrado boletim de ocorrência contra o ex-marido.

Pâmella foi socorrida e levada à Santa Casa, onde morreu há exatamente 1 ano, no dia 25 de abril. Johnnye ficou internado durante 13 dias na mesma unidade de saúde, perdeu a visão do olho esquerdo e no dia 5 de abril, após receber alta, foi direto para a prisão.

Com faixas pedindo por justiça, a família e amigos da vítima protestaram antes do julgamento na frente do Fórum. A mãe de Pâmella, Marlei dias Garicoi, espera que o réu seja condenado a pena máxima. “Isso não vai trazer minha filha de volta, mas a justiça dos homens será feita”, lamentou. Pâmella deixou duas filhas de 13 e 6 anos que atualmente moram com a irmã dela. 

Marlei se emociona ao falar com a imprensa sobre o caso (Foto: Saul Schramm)
Marlei se emociona ao falar com a imprensa sobre o caso (Foto: Saul Schramm)
Juíz Aluizio disse que a pena para esse crime varia de 12 a 30 anos de prisão  (Foto: Saul Schramm)
Juíz Aluizio disse que a pena para esse crime varia de 12 a 30 anos de prisão (Foto: Saul Schramm)

Muito emocionada, Marlei disse que a filha havia feito uma escolha de viver sozinha com as filhas e o ex não aceitou a decisão dela. “Eu quero dizer, principalmente aos homens, que ninguém é de ninguém. Minha filha tinha o direito de ser feliz. Ele não tinha o direito de tirar a vida dela”, desabafa.

Em dezembro do ano passado, o juiz titular da vara, Aluizio Pereira dos Santos, decidiu pelo julgamento do acusado por júri popular. Ele responde pelo crime de feminicídio, qualificado pelo motivo torpe e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. "A pena para esse crime varia de 12 a 30 anos de prisão", explicou o juíz que vai presidir o julgamento. O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde. 

Tragédia - No dia do crime, Pâmella atendia atrás do balcão da loja, quando de repente Johnny chegou e sem falar nada atirou contra a ex. Em seguida, o agressor atirou contra a própria cabeça e caiu ao chão. Antes do socorro chegar, ele retomou a consciência e ainda tentou pegar o revólver de volta, mas foi contido por policiais que tinham acabado de chegar.

Um pouco antes do crime, a vítima havia ido à delegacia denunciar o ex-marido que enviava mensagens ameaçadoras para forçá-la a reatar o casamento. Os dois foram casados por 11 anos e há 2 meses estavam separados.

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