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Economia

Na “era” do Pix, até notas de R$ 2 somem dos caixas no comércio da Capital

Moedas e notas de R$ 2, R$ 5 e até R$ 10 sumiram dos caixas de alguns estabelecimentos de Campo Grande

Por Izabela Cavalcanti | 17/11/2024 10:56
Caixa de loja sem notas de R$ 2 e R$ 5 e com poucas moedas (Foto: Marcos Maluf)
Caixa de loja sem notas de R$ 2 e R$ 5 e com poucas moedas (Foto: Marcos Maluf)

No auge do pagamento on-line, conseguir pagar em dinheiro e ainda receber troco é um desafio e tanto. Moedas e notas de R$ 2, R$ 5 e até R$ 10 sumiram dos caixas de alguns estabelecimentos do comércio de Campo Grande.

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Com o crescimento do Pix, o pagamento em dinheiro tornou-se menos frequente, causando escassez de troco em estabelecimentos comerciais de Campo Grande. Lojistas relatam dificuldades em conseguir notas de R$ 2 e R$ 5, e até mesmo moedas, para dar troco aos clientes. A situação força alguns comerciantes a oferecerem descontos ou brindes para compensar a falta de dinheiro miúdo, impactando diretamente seus lucros. A dificuldade em obter troco também se estende aos bancos.

A proprietária de uma loja de acessórios no Centro, Eliete de Oliveira, tem sentido na pele essa realidade.

“É impossível ter troco. Hoje em dia a dificuldade que o comerciante tem em oferecer o troco, é muito grande. No comércio em geral existe essa falta de circulação de dinheiros menores. Depois que entrou em vigor o Pix, a gente não consegue mais, o dinheiro é até raro. Quando o cliente vai pagar, a gente sempre pergunta se é débito, crédito ou Pix, e esquece da opção do dinheiro”, pontuou.

Eliete dando entrevista sobre a falta de troco em sua loja (Foto: Marcos Maluf)
Eliete dando entrevista sobre a falta de troco em sua loja (Foto: Marcos Maluf)

Ela exemplifica ainda que, se receber R$ 10 em pagamento, já é difícil em devolver a diferença. “Preciso de troco de dois reais, cinco reais e dez reais, que é difícil para poder devolver. As moedinhas a gente sempre consegue trocar com mais facilidade, mas cédulas de cinco e dois são as mais difíceis”, disse. Eliete também lembrou que até mesmo no banco está difícil em conseguir trocar as notas.

A atendente de uma loja de capinhas, Patrícia Oliveira, também compartilha do mesmo problema. “Trocado hoje em dia está muito raro. Mas, a gente sempre procura, corre atrás. Aqui pelo Centro mesmo, está bem escasso, tem que ficar pedindo para ver se alguém troca”, explicou.

Ela disse ainda que devido a dificuldade, precisa até dar desconto que nem estava programado. “A gente acaba tendo que dar um desconto a mais, e acaba perdendo um pouco. Está sumindo para todo mundo. Para falar a verdade, depois do Pix, o dinheiro está sumindo bastante”, disse.

A auxiliar de loja, Amanda Iris, também disse que a loja de maquiagem em que trabalha acaba saindo no prejuízo, tendo que providenciar brinde por falta de troco.

“Está muito difícil e não é pouco, dez reais já é difícil de devolver. Precisamos de moedas de 1 real, cinquenta centavos, 25 centavos. A gente acaba dando brindezinho porque não tem”.

Amanda Iris dando entrevista, dentro da loja onde trabalha (Foto: Marcos Maluf)
Amanda Iris dando entrevista, dentro da loja onde trabalha (Foto: Marcos Maluf)

Pix – Esse método de pagamento, criado pelo Banco Central, completa 4 anos, neste sábado, dia 16 de novembro. O lançamento oficial ocorreu em novembro de 2020.

De acordo com dados do Banco Central, em outubro foram feitas 5.775.660 transações via Pix, no valor total de R$ 2.655.539.

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