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Economia

Na contramão da crise causada por Trump, setor de minério de MS pode ter ganhos

Como o maior comprador de minério de ferro é a China, Jaime Verruck analisa que setor pode ser favorecido

Por Ketlen Gomes e Fernanda Palheta | 12/03/2025 16:38
Na contramão da crise causada por Trump, setor de minério de MS pode ter ganhos
O secretário Jaime Verruck analisa impacto de aumento de taxas dos EUA (Foto: Marcos Maluf)

O anúncio do aumento para 25% das tarifas de importação de aço e alumínio brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem chamado a atenção dos setores econômicos e políticos do Brasil e de Mato Grosso do Sul. Durante um evento de assinatura de decreto estadual, na manhã desta quarta-feira (12), o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), comentou sobre o tema e declarou que o Estado pode ter ganhos nesse cenário.

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O aumento das tarifas de importação de aço e alumínio brasileiros para 25% pelos EUA, anunciado por Donald Trump, gera preocupações no Brasil, mas também oportunidades para Mato Grosso do Sul, produtor de minério e ferro gusa. O secretário Jaime Verruck destaca que a China, maior compradora de minério de ferro, pode ser um mercado alternativo. O governo brasileiro lamenta a decisão, que impactará exportações de US$ 3,2 bilhões, e busca defender seus interesses junto aos EUA e na OMC.

A expectativa otimista se deve ao fato de Mato Grosso do Sul ser produtor de minério e ferro gusa, insumos utilizados na produção de aço, um dos produtos que podem ter tarifas de exportação aumentadas pelo governo norte-americano. No entanto, o maior comprador de minério de ferro do Brasil é a China, o que, de acordo com Verruck, neste cenário pode até gerar oportunidades para o setor.

Mesmo assim, a situação preocupa o governo brasileiro, já que o mercado norte-americano é importante para o país, e o aumento das tarifas pode elevar os custos e impactar a competitividade do Brasil.

“O impacto inicial seria uma redução no preço do minério e o segundo impacto, especificamente no ferro gusa, que nós temos uma produção em Corumbá, é você não ter a possibilidade de alocar esse produto de maneira competitiva no mercado interno”, analisa o secretário.

Em nível nacional, Verruck alerta que a possível taxação pode gerar riscos como a redução ou até a paralisação de algumas atividades produtivas no país, além de desemprego. Entretanto, uma alternativa para o Brasil e para Mato Grosso do Sul seria direcionar os produtos taxados para outros mercados externos, como a China.

“A China na verdade é o grande vendedor de aço do mundo, então ela compra minério de ferro e isso ela vai continuar fazendo, mas o problema é a indústria brasileira de produção de aço, essa é a grande discussão nesse momento, que é o que vai se fazer com esse aço, que hoje os Estado Unidos é um mercado importante”, pondera Verruck.

O secretário pontua que não consegue ver benefícios desse aumento de taxação dos Estados Unidos, já que essa iniciativa vai elevar o custo e o preço dos carros no país norte-americano.

O governo brasileiro publicou uma nota lamentando a decisão do governo norte-americano de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e alumínio e de cancelar todos os arranjos vigentes relativos a cotas de importação desses produtos. O Ministério das Relações Exteriores informou que, em 2024, as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA somaram US$ 3,2 bilhões e que tais medidas terão impacto significativo no país.

“À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos. Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contra restar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como a defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”, informa o Ministério das Relações Exteriores em nota.

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