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Em Pauta

Pássaros mortos depois de voar bêbados: os animais ficam ébrios

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 17/11/2024 08:25
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Desde os macacos até os besouros, dezenas de espécies ingerem bebidas alcoólicas intencionalmente. Os bêbados humanos não estão sozinhos. A “Bicyclus anynana”, uma borboleta africana, obtém parte de seu alimento de uma palma que está entre as plantas que mais álcool geram. Elas ficam muito “borrachas”. No outro lado do mundo, nos EUA, observaram que o pássaro ampelis americano cai morto depois de voar bêbado. A necropsia de vários deles detectou que seus fígados estavam atrofiados, devido ao consumo de álcool originário de frutos excessivamente maduros.


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Moscas ficam promíscuas depois de bêbadas.

É lugar comum afirmar que determinada mulher ficou promíscua depois de bêbada. Elas não são as únicas, as moscas da família “Drosophila”, se tornam mais solitárias e promíscuas depois de expostas a bebidas alcoólicas. Uma recente revisão de experiências cientificas mostrou que a ingestão de álcool no reino animal está mais estendida do que acreditávamos. Há dezenas de espécies de mamíferos, aves e insetos que preferem uma fruta ou néctar que tenham maior grau de álcool que outra com menos. E eles se intoxicam com bebidas alcoólicas exatamente pelos mesmos motivos que os humanos: para desinibir suas condutas.


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O macaco está borracho.

Até inícios deste século, acreditavam, também na comunidade cientifica, que a ingestão de álcool, que objetivamente faz mal ao organismo, era tão somente uma ocorrência humana. Uma ocorrência universalmente compartilhada, com raríssimas exceções, desde os tempos mais remotos. As escavações arqueológicas encontraram pistas de consumo de cerveja, vinho ou alguma outra bebida alcoólica. Então, apareceu a hipótese do “ mono borracho”, o macaco bêbado ganhou fama. Há uma década, relacionaram esse costume prazeiroso à descida deles das arvores para o solo. A exceção é orangotango, o único macaco que não gosta de álcool.


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Um mundo de plantas para fornecer bebidas alcoólicas.

Para os animais em geral, é fácil conseguir um “trago”. Não necessitam ir ao bar ou ao mercado comprar uma garrafa de cerveja. Há mais de 325.000 especies de plantas com flores (angiospermas). Planta com flor, significa que podem ter frutos e há uma imensa quantidade deles que produzem muito açúcar. Açúcar quebrado é álcool.


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As plantas não ficam bêbadas, protegem-se.

Em algum momento da evolução, essas angiospermas desenvolveram mecanismos de proteção: o geraniol, o metanol e o etanol são ótimos fungicidas, matam fungos. O álcool, assim, não tem função desinibidora para elas, é uma eficaz arma de proteção contra ataques. É assim que quando tomamos álcool de uma planta, a deixamos fragilizada.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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