UFMS abre oito processos contra acusados na operação Sangue Frio
A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) vai instaurar oito PADs (Processos Administrativos Disciplinares) contra servidores após denúncias da operação Sangue Frio, realizada em março deste ano pela PF (Polícia Federal).
A ação apreendeu documento no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, relacionando a unidade hospitalar à Máfia do Câncer, suspeita de desmontar a rede pública de radioterapia para privilegiar o setor privado.
Conforme a assessoria de imprensa da UFMS, a reitora Célia Maria Silva Corrêa Oliveira recebeu ontem o relatório final da comissão de sindicância investigativa, o procedimento foi instaurado por meio da portaria 508, de 20 de maio de 2013.
A universidade não revela os nomes dos servidores investigados porque o procedimento é sigiloso. Também não foi informado o número de funcionários. Segundo a assessoria, um mesmo servidor poderá responder a vários ou a todos os processos.
De acordo com a presidente da comissão, Maria Zenilda Cintra, em todos os procedimentos haverá um servidor externo proveniente de outros órgãos federais. Os demais componentes serão servidores da universidade. Com direito à ampla defesa, o PAD pode resultar na demissão do servidor.
A UFMS informa que também já estão em curso as medidas determinadas pela CGU (Controladoria-Geral da União). Formalmente, o documento foi protocolado em 12 de junho na universidade. O relatório recomenda tomada de providências que a administração reputar cabíveis, inclusive melhoria dos controles primários e, se for o caso, apuração de responsabilidades, visando a prevenir a repetição de ocorrências semelhantes.
Ressaltou, ainda, a importância do envolvimento do assessor especial de controle interno no acompanhamento das ações a serem empreendidas. Ao final, concedeu o prazo de 90 dias para o fornecimento de informações das medidas adotadas em função das recomendações constantes do relatório. A UFMS também recebeu documentos da PF (Polícia Federal).
Exonerado – A operação resultou na saída de José Carlos Dorsa Vieira Pontes da direção do HU. Primeiro, ele foi afastado pela Justiça e depois, exonerado. O HU entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) após recusar equipamentos do governo federal para o setor de radioterapia.
O atendimento nesta modalidade de tratamento contra o câncer estava fechado há cinco anos. O setor foi reaberto no começo de abril. Em junho, o hospital voltou a suspender os atendimentos. De acordo com o novo diretor do HU, o médico Cláudio Wanderley Luz Saab, documento da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) obrigou o fechamento imediato do setor.