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Capital

Um dia após greve, fila em posto dobra quarteirão

Sesau diz que houve demanda após greve; em outras unidades o atendimento foi tranquilo

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 28/02/2023 08:34


Um dia após a greve dos trabalhadores da enfermagem de Campo Grande, a fila de pacientes na UBS (Unidade de Básica de Saúde) Dr. Arthur Vasconcelos Dias, no Bairro Coronel Antonino, dobrava o quarteirão, na manhã desta terça-feira (28).

Moradora na Vila Ravenna, bairro localizado na redondeza, a dona de casa Elis Regina Rangel Domingues, de 50 anos, chegou às 3h30 para marcar consulta. Ela teve covid no começo do ano passado e até hoje sofre com sequelas no pulmão. “Agora tenho que marcar médico. A gente vem, mas mandam voltar porque não tem médico”, lamentou. Eu estou vindo aqui desde o dia 19 de janeiro e não consigo atendimento, já faz um mês”, reclamou.

Elis Regina está com pedido médico para passar pelo ginecologista. “Está difícil, a gente não consegue remédio. Os medicamentos que eu tomo custam em torno de R$ 400 a R$ 500. Precisava comprar bombinha (usada para asma) e não posso. Faz tempo que faço tratamento, sempre foi essa luta”, desabafou.

Elis Regina trata sequelas da covid e conta que sempre é uma luta para conseguir atendimento (Foto: Marcos Maluf)
Elis Regina trata sequelas da covid e conta que sempre é uma luta para conseguir atendimento (Foto: Marcos Maluf)

A diarista Elenir Rodrigues, de 56 anos, mora no Jardim Talismã e desde as 6h20 aguardava na fila para conseguir retorno para clínico geral. Segundo a paciente, os exames dela estão prontos desde o dia 16, mas o posto de saúde só abre ficha para agendamento no último dia do mês. Por isso, o tumulto desta manhã.

“No dia 31 pode voltar aqui que vai estar a mesma coisa. Tomara que todo mundo que esteja aqui consiga atendimento”, destacou.

Elenir na fila (Foto: Marcos Maluf)
Elenir na fila (Foto: Marcos Maluf)

Grávida de 4 meses e acompanhada pela mãe, a lavradora Joscilene Ribeiro dos Santos, de 27 anos, mora no Bairro Monte Castelo era uma das pacientes aguardando na fila para agendar consulta.

“Ontem, eu vim cedo e consegui atendimento apenas para o dentista. Mandaram voltar nesta manhã para agendar o clínico geral. Eu vim para tentar encaminhamento para o hospital, porque a minha gestação é de alto risco”, contou. Joscilene tem um filho de 7 anos, mas já perdeu outro filho quando estava grávida de 3 meses.

Gestante, Joscilene disse que sua gravidez é de risco. Ela tenta encaminhamento para um hospital (Foto: Marcos Maluf)
Gestante, Joscilene disse que sua gravidez é de risco. Ela tenta encaminhamento para um hospital (Foto: Marcos Maluf)

Demanda - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a fila se formou porque a unidade abre às 7h e as pessoas chegam antes para garantir o acesso. Seja por demanda espontânea ou agendamento, considerando que há um número limitado de atendimentos por dia.

“A Sesau reitera que o agendamento tanto para exames quanto para consultas é feito diariamente  e não apenas uma vez no mês. A secretaria está estudando uma forma de acolher estes pacientes antes do horário de abertura regimental. Lembrando que se criou uma demanda reprimida em razão da greve dos enfermeiros, sobretudo para coleta de exames e procedimentos”.

Pacientes na fila aguardando atendimento (Foto: Marcos Maluf)
Pacientes na fila aguardando atendimento (Foto: Marcos Maluf)

Retorno - Enquanto na UBS Coronel Antonino a fila chamava atenção, na quadra abaixo, o movimento era até tranquilo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro, onde o sistema é de trabalho 24h. A reportagem apurou que os enfermeiros voltaram ao trabalho, atendendo a determinação judicial, e que os atendimentos seguem normalizados.

Na UPA Leblon, o atendimento já estava normal. Sem as placas de aviso da greve, os pacientes eram direcionados para exames, consultas e setor de entrega de farmácia.

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