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Capital

Um mês após início das aulas, professores já falam em nova greve

Natalia Yahn e Antonio Marques | 15/03/2016 09:50
Com cartazes e faixas, professores protestam em frente a Prefeitura. (Foto: Marcos Ermínio)
Com cartazes e faixas, professores protestam em frente a Prefeitura. (Foto: Marcos Ermínio)

Menos de um mês após o início das aulas da Reme (Rede Municipal de Educação) de Campo Grande, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) já estuda iniciar uma greve por tempo indeterminado. A ameaça surgiu hoje (15) durante a manifestação da categoria, que está em frente à Prefeitura da Capital e pede uma reunião com o prefeito Alcides Bernal (PP).

As aulas tiveram início no dia 15 de fevereiro nas escolas e no dia 11 de fevereiro nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil), com 94 e 98 unidades respetivamente, e um total de 115 mil alunos (20 mil nas creches).

“Caso a negociação não avance e não sejamos recebidos, na quinta-feira (17) vamos nos reunir e votar o indicativo de greve. Em 2015 fizemos mais de 90 dias de greve e faremos outra se a lei não for cumprida”, disse o presidente da ACP, Lucílio Nobre.

O representante dos professores afirmou que já fora realizadas oito reuniões, desde o fim da grave do ano passado, em 24 de agosto. Na verdade, o movimento durou 77 dias, pois teve início em 25 de maio, e terminou sem que as exigências da categoria fossem atendidas.

Mesmo assim a ameaça de uma nova greve, que pode começar a partir da próxima semana, tem o apoio dos professores que estão na manifestação desta segunda-feira. “Demos apoio ao prefeito quando ele voltou e disse que ia cumprir a lei. Agora está dizendo que não vai, ele fez compromisso, demos o tempo necessário e agora estamos cobrando. Se tiver greve, vou apoiar sim”, afirmou a professora Marisa Xavier Costa, que tem 22 anos de profissão e atua na Escola Municipal Carlos Vilhalva Cristaldo, no Jardim Aeroporto.

No alto do prédio, moradora mostra apoio ao protesto dos professores. (Foto: Marcos Ermínio)
No alto do prédio, moradora mostra apoio ao protesto dos professores. (Foto: Marcos Ermínio)

Enquanto a categoria fala em greve a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), chegou a manifestação e afirmou que o prefeito vai cumprir a lei. “Ele (Alcides Bernal) vai cumprir a lei sim. Os professores tem todo o respeito dele e Campo Grande está bem avançada em relação ao pagamento (do piso). Não vamos retroagir”. Após 20 minutos de espera dos professores ela foi até o gabinete de Bernal, que está na Prefeitura.

O secretário Municipal de Governo, Paulo Pedra, também falou com os professores e disse que a Administração Municipal fez esforço para pagar o 13° salário em 2015 e atualmente paga em dia os professores. “Estamos pagando salário antes do 5° dia útil. O prefeito já recebeu sete vezes e agora vai receber de novo. A negociação não está fechada”, disse Pedra.

A tenente da Polícia Militar, Fabrícia Flores, informou que a caminhada e a manifestação tem a participação de aproximadamente 800 professores. Na primeira contagem, realizada pela ACP, foi divulgado que apenas 250 professores participavam do protesto. Em Campo Grande, 20 escolas aderiram a greve e não funcionam hoje.

Ainda na porta da Prefeitura, o grupo quer recebido pela comissão de negociação da Administração Municipal, e em coro pedem para que o prefeito cumpra a Lei n° 4.511/2014. “Vamos continuar na luta até o fim, firme e forte, pelo cumprimento do piso e o reajuste. Se não cumprir a lei vamos apoiar a greve”, afirmou outra professora, Sirlene Aparecida de Farias, que trabalha na Escola Municipal Elízio Ramires Vieira, no Jardim Pênfigo.

Durante todo o trajeto da ACP – na Rua Sete de Setembro – até a sede da Prefeitura – na Avenida Afonso Pena – os professores ocuparam a via no sentido shopping Campo Grande, o trânsito ficou lento no local, mas a maioria das pessoas que transitavam e viram o protesto manifestavam apoio aos professores.

Pedido - Atualmente a categoria pede um reajuste de 13,01% relativo ao ano de 2015 e 11,36%, deste ano, somando um total de 24,37% e de acordo com o sindicato, não serão aceitas propostas abaixo desse índice. Além disso, a paralisação, determinada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), tem como objetivo a garantia dos direitos da classe e o aumento do piso salarial.

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