Unido contra o câncer, grupo "As Vencedoras" faz blitz por autocuidado
A ação é feita há três anos, sempre em outubro, por pacientes que se tornaram amigas e se ajudam
Um minuto para falar de cuidados à saúde pode ajudar a salvar uma vida. Pensando assim, o grupo de mulheres "As vencedoras" realiza hoje (5) a terceira blitz voluntária educativa para falar sobre prevenção ao câncer.
Elas se concentram na Rua Spipe Calarge, em Campo Grande. Com um sorriso no rosto e uma sacola cor-de-rosa contendo chá natural, um cosmético e folheto com informações importantes, se aproximam dos carros e dos pedestres para lembrar que ficar em dia com exames e com autocuidado é importante.
O grupo é formado por 70, todas curadas ou em tratamento de câncer, e surgiu em 2021, na Capital.
Quem tem mais de um minuto ouve a história das mulheres, durante a blitz. A de Suzete Chagas Silva, 45, é uma que impressiona pela insistência em vencer a doença quantas vezes for necessário.
"Tive o primeiro com sete anos de idade e tirei o rim esquerdo. Aos 43, descobri um câncer no estômago bem na época da pandemia. Tirei o estômago, baço, um pedaço do pâncreas e estou bem, graças a Deus. A pior parte é aprender a se alimentar. Resolvi até fazer o curso de Nutrição voltado para isso", resume.
Vera Lúcia Correa, que gosta de ser chamada de Veralu, conta como mudou radicalmente sua vida profissional depois da descoberta de câncer na mama. "Fui cabeleireira por 20 anos. Depois do diagnóstico, mudei para o ramo da construção de piscina e abri um empório de vida saudável", diz, ressaltando que as mudanças não foram só profissionais.
Lidiane Aparecida da Silva, 47, é uma das que estão em tratamento. "Faço bloqueio hormonal. Foi câncer de mama e tirei metade do meu seio. Descobri no autoexame quando senti 'um limãozinho'. Até iniciar o tratamento, foram quatro meses. É muito triste porque não foi um descuido, sempre corri atrás de saúde. Foi doído. Minha filha de 9 anos acompanhou tudo, fiquei careca. A gente vê que tem motivos pra lutar. Nem todo dia estamos bem, mas estamos na luta. Estamos firmes", fala.
Rosane Nely, 56 anos, perdeu a filha de 30 anos para o câncer de colo de útero. Foi depois, em outubro de 2021, que a mãe fez o exame e descobriu ter a mesma doença, só que na mama. "Eu transformei minha dor em luta. Quero mostrar para as pessoas a importância da prevenção. Foi assim que eu descobri", diz.
Ajudam uma a outra - As integrantes acabaram ficando amigas. Além da blitz, elas fazem boas ações. "A gente junta 'as meninas' e monta cesta básica, arruma dinheiro para alguma pegar Uber", diz Lidiane.
"Imagina você ter que lutar contra o câncer e não ter nem o que comer?", completa Veralu.
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