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Capital

Usuários reclamam e idade da frota de ônibus será fiscalizada na Capital

A Agereg também deve realizar pesquisa de satisfação dos passageiros

Aline dos Santos e Richelieu de Carlo | 14/02/2017 10:56
Ônibus quebrou no Jardim Los Angeles em agosto de 2016.(Foto: Direto das Ruas)
Ônibus quebrou no Jardim Los Angeles em agosto de 2016.(Foto: Direto das Ruas)
Prefeito (de camisa azul) fez visita hoje ao Jardim das Perdizes. (Foto: Richelieu de Carlo)
Prefeito (de camisa azul) fez visita hoje ao Jardim das Perdizes. (Foto: Richelieu de Carlo)

A insatisfação dos usuários do transporte coletivo vai resultar em vistoria da frota de 580 ônibus de Campo Grande. O diagnóstico será feito pela Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos). “Vamos fazer fiscalização na frota de ônibus do consórcio para ver se atende os requisitos do contrato”, afirma o diretor-presidente da agência, Vinícius Leite Campos.

De acordo com ele, o veículo normal não pode ter idade superior a oito anos, enquanto a idade máxima para os ônibus articulado é de 12 anos. Já a idade média, somando a “idade” de cada veiculo e dividindo pela quantidade, não pode exceder cinco anos.

“A gente vê a insatisfação muito grande por parte do usuário. A reclamação é muito grande pelos atrasos, quebra de ônibus. Vamos começar a fiscalização o mais rápido possível”, diz. A vistoria será feita em parceria com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e há possibilidade do reforço, por meio de contrato, de empresa de consultoria.

Os veículos serão vistoriados nas garagens, com avaliação de itens mecânicos, como os freios, e o conforto para o passageiro. “É uma revisão geral na frota para que não coloque em risco os usuários. Caso haja irregularidade, vamos dar prazo para que eles troquem ou consertem os veículos”, afirma o diretor da Agereg.

A agência também deve realizar pesquisa de satisfação dos passageiros, uma de suas atribuições legais. Segundo Vinícius, a população reclama mais da qualidade do que da tarifa de R$ 3,55. “Ela tem a nítida sensação que paga um serviço em que a contraprestação não é digna, não é proporcional ao valor pago”, salienta.

Em agosto do ano passado, reportagem mostrou que cinco pessoas ficaram feridas após um ônibus com dez anos de uso quebrar. O veículo fazia a linha 107, que circula no bairro Los Angeles, e o eixo traseiro se soltou. Na ocasião, a assessoria de imprensa do Consórcio Guaicurus informou que não tem ônibus com mais de dez anos em circulação. Nesta terça-feira (dia 14), a reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa.

Milhão por centavos – O prefeito Marquinhos Trad (PSD) quer rever o benefício de isenção do ISSQN (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) para as empresas do transporte coletivo urbano.

“O usuário do transporte coletivo só tem desconto de 15 centavos, em contrapartida as empresas deixam de recolhe R$ 10 milhões. Não vejo retorno desse dinheiro para a população”, afirma o prefeito.

Desta forma, a isenção que vence em março pode não ser prorrogada. Trad ainda aponta que a passagem é uma das mais caras no Brasil. Ele quer investimentos como melhoria nos pontos de ônibus, com instalação de coberturas e bancos. A Agereg faz estudo sobre o impacto da isenção do imposto. O benefício é concedido por meio de lei municipal.

“A prefeitura tem investido nas ruas, tapando buracos. Pergunta no Consórcio Guaicurus quanto estão gastando com amortecedor, pneus furados e carros quebrados”, diz. Trad visitou hoje o Jardim das Perdizes

Conforme o prefeito, novos ônibus serão incorporados à frota, sendo cinco veículos com ar condicionado e cinco com climatizadores. No fim do ano passado, o Ministério das Cidades aprovou a liberação de R$ 19,1 milhões para três empresas que operam as linhas do transporte coletivo de Campo Grande comprarem 79 novos ônibus.

Histórico - A concorrência 082/2012, cujo objeto era a exploração do transporte coletivo, foi lançada em 21 de junho de 2012 e a vencedora anunciada em 25 de dezembro do mesmo ano. Venceu o Consórcio Guaicurus, formado por empresas que já atuavam no transporte coletivo. A previsão era de faturamento de R$ 3,4 bilhões ao longo de 20 anos.

O Consórcio Guaicurus ofereceu pagar R$ 20 milhões à prefeitura para explorar o serviço. A proposta da Auto Viação Redentor, segunda colocada, foi de R$ 11,2 milhões. Na licitação, o poder público estipulou pagamento mínimo de R$ 10 milhões.

Pesquisa vai verificar satisfação de usuários do transporte coletivo. (Foto: Gerson Walber/Arquivo)
Pesquisa vai verificar satisfação de usuários do transporte coletivo. (Foto: Gerson Walber/Arquivo)
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