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Capital

Vídeo mostra ataque de pit bull: "Uma hora ia pegar alguém", diz vítima

Dona do animal diz que Petruchio, de 5 anos, sempre foi dócil e se irritou com barulho da moto do vizinho

Silvia Frias e Bruna Marques | 29/03/2022 11:44
Imagens mostram ataque de animal no Jardim Mansur. (Foto: Reprodução)
Imagens mostram ataque de animal no Jardim Mansur. (Foto: Reprodução)

O médico-veterinário de 45 anos estava a caminho da academia, quando notou o portão da casa vizinha aberto. Até então, não tinha visto o pit bull e foi surpreendido por ele, que havia escapado. Foi atacado pelo cão, caiu no chão, sofrendo diversas escoriações e terminou com 11 pontos no braço esquerdo.

“Já tinha avisado a dona da casa que uma hora ele ia pegar alguém”, disse o homem ao Campo Grande News, que não quis ter a identidade divulgada.

A dona do pit bull Petruchio, no entanto, nega que o animal já tenha escapado ou atacado alguém, diz que ele é muito dócil e o episódio foi fato isolado, motivado pelo barulho "estridente" da moto do vizinho.

Animal é dócil e convive com crianças, diz Juliany. (Foto: Arquivo familiar)
Animal é dócil e convive com crianças, diz Juliany. (Foto: Arquivo familiar)

O episódio aconteceu ontem, por volta das 8h30, Rua Klaus Stuhrk, no Jardim Mansur. Nas imagens as quais a reportagem teve acesso, é possível ver o momento do ataque.

O veterinário conta que estranhou o portão aberto da vizinha, do outro lado da rua, justamente por causa de Petruchio que, segundo ele, já tem histórico de ter atacado outras pessoas na rua em escapadas anteriores. Ontem, notou que o portão ficou entreaberto por horas.

O homem fecha o portão de sua casa e, em seguida, vê o cão saindo detrás de carro estacionado do outro lado da rua. “Eu não tinha visto ele antes”, disse. O veterinário desce da moto e o pit bull vai no lado contrário dele, mas, em seguida, dá a volta e se aproxima das pernas dele. “Aí ele mordeu minha panturrilha esquerda.”

O cão recua e o homem, assustando dá chute no animal, que revida. “Eu caí no chão e ele me mordeu nas costas”, contou. Depois, o pit bull ainda dá mordidas nas pernas e nos braços do homem.

Nesse momento, chega uma das vizinhas. A mulher, de 52 anos, diz que estava tomando café quando ouviu os gritos vindos de fora. “Saí na varanda e o vi no chão e o cachorro em cima”. Ela correu e abriu o portão para ajudar o homem.

A mulher relatou que se lembrou de técnica aprendida em programa de TV: puxou o animal pelas patas traseiras, para desestabilizá-lo, enquanto o filho segurava o animal pela coleira. Os dois arrastam Petruchio para longe, enquanto a vítima era socorrida. Residente no bairro há 22 anos, ela conheceu Petruchio desde filhote. “Ele não era de atacar as pessoas, acho que o barulho da moto irritou ele.”

O médico-veterinário e outros vizinhos ouvidos pela reportagem dizem que Petruchio já havia escapado antes e, nessas ocasiões, ocorreram episódios de ataque. Segundo relatos, foram pelo menos três ocasiões em que teria avançado em outros cachorros na rua e pessoas.

Petruchio mora com a família desde filhote. (Foto: Arquivo familiar)
Petruchio mora com a família desde filhote. (Foto: Arquivo familiar)

“Já teve gente que subiu em árvore para fugir dele, já foi para cima de um amigo meu que me deixou aqui de moto; mas nunca chegou a atacar ninguém, eu que fui a vítima”, disse. “Meu receio é pegar meus filhos uma hora”, disse o médico-veterinário.

A estudante de Radiologia, Juliany Carloni, 25 anos, contesta e diz que o animal é dócil e sempre conviveu com idosos e crianças. Na casa, há canil quando é preciso manter o pit bull preso, que está com a família há 5 anos.

Também diz que Petruchio nunca havia escapado e a fuga recente ocorreu por conta de falha mecânica no portão eletrônico. O ataque, segundo ela, aconteceu porque Petruchio sempre ficou muito irritado e agitado com o barulho da moto. “Pedimos encarecidamente desculpas ao nosso vizinho e sua família”, disse em nota enviada à reportagem.

Segundo a estudante, Petruchio foi levado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para exames e deve ser levado para casa.

O comandante da PMA (Polícia Militar Ambiental), tenente-coronel Ednílson Queiroz, diz que o comportamento do cão depende da criação recebida. "Se ele é criado como cão de guarda, vai ter certa agressividade". O barulho da moto pode ter influenciado, sendo entendido como alguma ameaça. O veterinário do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Lucas Cazati, apontou dois erros na situação: a escapada do animal e o chute, que acabou resultando no ataque.

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