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Capital

Vítima de erro médico morre após 10 meses em coma na Capital

Liana Feitosa | 28/06/2015 16:14
Juninho em viagem com a família antes de ficar em coma. (Foto: Marcos Ermínio)
Juninho em viagem com a família antes de ficar em coma. (Foto: Marcos Ermínio)

O vendedor autônomo Sílvio José Ramos Júnior, de 33 anos, morreu neste domingo (28), após 10 meses de sofrimento. A família ainda tenta provar que ele foi vítima de um erro médico ao receber uma medicação no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Tiradentes, em Campo Grande.

Histórico - No dia 31 de agosto de 2014 Juninho, como era conhecido, deu entrada no posto de saúde com ânsia de vômito e sentindo mal estar. De acordo com um boletim de ocorrência registrado sobre o caso, o médico plantonista não realizou exames necessários e ministrou diazepan, dipirona e outros medicamentos.

Segundo o irmão do paciente, Renato Gama, 34 anos, minutos depois Juninho sofreu convulsões e uma parada cardiorrespiratória. Ele foi encaminhado para um hospital particular, às custas do poder público, com a alegação de que faltava vaga em uma unidade pública.

Após um período, a clínica particular passou a cobrar pelo atendimento a Juninho. Meses depois, em outubro de 2014, Juninho recebeu alta do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e passou a receber tratamento em um quarto numa casa alugada no bairro Tarumã.

"O perdi" - “No caso do meu irmão, não tem mais o que fazer. Eu o perdi. Ele não vai mais andar, não vai mais comer, não vai mais falar. Por enquanto eu nem sei o que vou fazer”, disse Renato, na época, ao Campo Grande News.

Até hoje não se sabe qual substância provocou a reação no paciente. Valdemar Morais de Souza, presidente da Associação de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, acredita que o caso foi resultado de erro médico.

“Ele não tinha nenhuma doença, apenas um mal-estar, e por causa de um procedimento médico completamente equivocado foi transferido do posto de saúde para a clínica com parada cardiorrespiratória, entubado e em coma induzido”, disse Valdemar. “E a família, que não autorizou a transferência, com uma conta de R$ 136 mil para pagar”, completa.

O corpo foi velado e enterrado nesta tarde (28), em Campo Grande.

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