Vítimas de sequestro relataram agressões e bebedeira de bandidos
Casal foi abordado por volta das 23h30 na rua dos Barbosas; eles relatam que foram agredidos e amarrados por criminosos
As horas nas quais o casal Eduardo Marques Rocha, 26, e Maria Eduarda Façanho Leão, 21, permaneceram em poder de criminosos foram marcadas por ameaças e agressões para que eles revelassem senhas bancárias, bem como pelo consumo de álcool pelos autores. O relato dos jovens foi repassado ao Campo Grande News pela mãe e a irmã da jovem –que, ao lado do noivo, passa por exame no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
A mãe de Maria Eduarda, Sanira Oliveira Façanho, e a irmã, Maria Julia, disseram ao Campo Grande News que, enquanto o casal permaneceu em poder dos criminosos, foi amarrado e sofreu coronhadas. Antes, porém, um dos sequestradores disse que não pretendiam machucá-los, pois queriam apenas dinheiro e o carro.
A promessa acabou não sendo cumprida, diante das ameaças para que entregassem as senhas dos cartões. Além de sacarem R$ 1,5 mil em dinheiro, os criminosos ainda compraram R$ 400 em bebidas em diferentes estabelecimentos, que foram consumidas no local do cárcere –supostamente também na região do Nova Lima, no norte de Campo Grande, onde as vítimas foram libertadas no fim da manhã deste sábado.
Ainda conforme o relato do casal, eles deveriam ter sido liberados de madrugada, contudo, o consumo de álcool pelos sequestradores atrapalhou tais planos.
O caso – Eduardo e Maria Eduarda foram abordados por volta das 23h30 de sexta-feira em frente à casa da garota, na rua dos Barbosas, no Amambaí. Conforme vizinhos, os bandidos bateram no vidro do carro e exigiram entrar. Dali, o carro começou a circular pela cidade, com o rapaz ao volante. Depois, ele e a namorada foram colocados no banco traseiro.
O delegado João Paulo Sartori, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros), acredita que pelo menos três pessoas participaram do sequestro –relatos das vítimas indicam que mais pessoas faria parte da quadrilha. Também com base no testemunho do casal, ele informou que os bandidos os mantiveram com capuzes, proferindo ameaças logo após os sequestrarem.
As investigações e buscas aos autores prosseguem nesta tarde. Entre as suspeitas, está a de que um segundo veículo tenha sido usado no crime. Câmeras de segurança dos estabelecimentos visitados pelos criminosos, nos quais os cartões das vítimas foram usados, também serão analisadas a fim de identificar a autoria.
Antes de serem libertadas no Jardim Campo Belo (região do Nova Lima), as vítimas tiveram celulares e outros pertences tomados. Depois de serem liberados, eles contataram as famílias, dando fim a cerca de dez horas de angústia desde que o sequestro foi cometido.