Vítimas de sequestro tem casamento marcado e família vai mudar de bairro
Irmã de Maria Eduarda Façanho Leão afirma que casal tinha o hábito de se despedir no carro antes de ela entrar em casa; família pretende deixar condomínio no Amambaí por local ter se tornado perigoso
Maria Eduarda Façanho Leão, 21, foi sequestrada ao lado do noivo, Eduardo Marques Rocha, 26, quando voltava para casa após realizar um ensaio fotográfico, cumprindo uma rotina que a acompanhara nos últimos tempos. A informação é da irmã da garota, de 16 anos. Segundo ela, os dois estão com casamento marcado para daqui a alguns dias. Mãe e irmã da noiva só esperam a cerimônia para também se mudarem do bairro, considerado “perigoso” por elas.
O sequestro ocorreu por volta das 23h30 de sexta-feira (16) na rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em Campo Grande, quando o casal se despedia na porta da casa dela. Uma vizinha viu quando dois homens bateram no vidro do VW Voyage (prata, placas HTQ-6608) e exigiram que a porta fosse aberta. Conforme o relato, o veículo saiu normalmente, enquanto a testemunha chamou a irmã e a mãe de Maria Eduarda.
Elas conseguiram avistar o carro duas quadras à frente, virando a esquina para entrar na rua 26 de Agosto, rumo ao Centro. Maria Julia disse que o rastreador do celular da irmã havia alertado sobre sua chegada em frente ao condomínio onde vivem –contudo, depois, o telefone teria sido desligado, deixando de transmitir o sinal.
Segundo a irmã da garota, Eduardo costuma deixar a noiva em casa nesse horário. Na sexta-feira, Maria Eduarda –que é fotógrafa e acadêmica de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e se forma no segundo semestre deste ano– havia saído para fazer um ensaio, de onde seguiu para a casa do noivo. Eles haviam chegado há poucos minutos ao condomínio antes de o crime ocorrer.
Perigoso – O casal está junto há três anos e está com casamento marcado para daqui a duas semanas, já se preparando, inclusive, para se mudarem. Maria Julia informou que ela e a mãe esperavam apenas esse fato para também deixarem a casa onde vivem há 11 anos. Segundo ela, o local é perigoso, sendo comuns cenas de comércio de drogas na região. “Já vimos gente morrer aqui”, declarou ela.
Sanira Oliveira Façanho, mãe de Maria Eduarda, acredita que alguém monitorava o casal, já que a rotina de ambos incluía a chegada da garota em casa em horário próximo ao crime. Ela disse que conversava com Maria Julia na sala quando ocorreu o crime.
Segundo ela, uma das teses com as quais as autoridades trabalham é a de que o carro –de modelo popular– tenha sido roubado para ser levado para o Paraguai e trocado por drogas no país vizinho. Assim, o casal poderia ter sido amarrado e deixado em algum local até que os bandidos atravessassem a fronteira, prática comum nesse tipo de crime.
As autoridades consultam estabelecimentos comerciais e residências da região do crime sobre a existência de câmeras de segurança, a fim de buscarem imagens que ajudem na identificação dos criminosos.
A família do noivo também está a par dos fatos. A mãe de Eduardo teria sido internada após ser informada sobre o crime.