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Capital

Vítimas de sequestro tem casamento marcado e família vai mudar de bairro

Irmã de Maria Eduarda Façanho Leão afirma que casal tinha o hábito de se despedir no carro antes de ela entrar em casa; família pretende deixar condomínio no Amambaí por local ter se tornado perigoso

Humberto Marques e Mirian Machado | 17/02/2018 09:13
Convite do casamento de Maria Eduarda e Eduardo, marcado para daqui a algumas semanas; casal foi sequestrado durante roubo a veículo. (Foto: Marcos Ermínio)
Convite do casamento de Maria Eduarda e Eduardo, marcado para daqui a algumas semanas; casal foi sequestrado durante roubo a veículo. (Foto: Marcos Ermínio)

Maria Eduarda Façanho Leão, 21, foi sequestrada ao lado do noivo, Eduardo Marques Rocha, 26, quando voltava para casa após realizar um ensaio fotográfico, cumprindo uma rotina que a acompanhara nos últimos tempos. A informação é da irmã da garota, de 16 anos. Segundo ela, os dois estão com casamento marcado para daqui a alguns dias. Mãe e irmã da noiva só esperam a cerimônia para também se mudarem do bairro, considerado “perigoso” por elas. 

O sequestro ocorreu por volta das 23h30 de sexta-feira (16) na rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em Campo Grande, quando o casal se despedia na porta da casa dela. Uma vizinha viu quando dois homens bateram no vidro do VW Voyage (prata, placas HTQ-6608) e exigiram que a porta fosse aberta. Conforme o relato, o veículo saiu normalmente, enquanto a testemunha chamou a irmã e a mãe de Maria Eduarda.

Elas conseguiram avistar o carro duas quadras à frente, virando a esquina para entrar na rua 26 de Agosto, rumo ao Centro. Maria Julia disse que o rastreador do celular da irmã havia alertado sobre sua chegada em frente ao condomínio onde vivem –contudo, depois, o telefone teria sido desligado, deixando de transmitir o sinal.

Segundo a irmã da garota, Eduardo costuma deixar a noiva em casa nesse horário. Na sexta-feira, Maria Eduarda –que é fotógrafa e acadêmica de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e se forma no segundo semestre deste ano– havia saído para fazer um ensaio, de onde seguiu para a casa do noivo. Eles haviam chegado há poucos minutos ao condomínio antes de o crime ocorrer.

Casal está junto há três anos; Eduardo tinha por hábito deixar a noiva em casa. (Foto: Arquivo da família)
Casal está junto há três anos; Eduardo tinha por hábito deixar a noiva em casa. (Foto: Arquivo da família)

Perigoso – O casal está junto há três anos e está com casamento marcado para daqui a duas semanas, já se preparando, inclusive, para se mudarem. Maria Julia informou que ela e a mãe esperavam apenas esse fato para também deixarem a casa onde vivem há 11 anos. Segundo ela, o local é perigoso, sendo comuns cenas de comércio de drogas na região. “Já vimos gente morrer aqui”, declarou ela.

Sanira Oliveira Façanho, mãe de Maria Eduarda, acredita que alguém monitorava o casal, já que a rotina de ambos incluía a chegada da garota em casa em horário próximo ao crime. Ela disse que conversava com Maria Julia na sala quando ocorreu o crime.

Segundo ela, uma das teses com as quais as autoridades trabalham é a de que o carro –de modelo popular– tenha sido roubado para ser levado para o Paraguai e trocado por drogas no país vizinho. Assim, o casal poderia ter sido amarrado e deixado em algum local até que os bandidos atravessassem a fronteira, prática comum nesse tipo de crime.

As autoridades consultam estabelecimentos comerciais e residências da região do crime sobre a existência de câmeras de segurança, a fim de buscarem imagens que ajudem na identificação dos criminosos.

A família do noivo também está a par dos fatos. A mãe de Eduardo teria sido internada após ser informada sobre o crime.

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