Vizinhos de parque reclamam de algazarra e sujeira na saída de shows
Reclamação após espetáculos durante a Expogrande já não miram tanto as atrações, mas sim a bagunça protagonizada por frequentadores na saída e o lixo nas ruas
Recém-iniciada depois de uma tentativa de se reavivar o impasse jurídico sobre sua realização no Parque de Exposições Laucídio Coelho, a edição de 2019 da Expogrande já revive algumas reclamações de moradores do entorno do local, na Vila Carvalho. O barulho que avançou pela madrugada de sábado (6) voltou a gerar transtornos –sendo bem verdade que nem sempre atribuído ao ocorre durante os shows, mas sim na saída dos mesmos–, bem como o incômodo com a sujeira deixada pelos frequentadores.
“Tem muito lixo nas ruas, todo o ano é assim”, afirmou à reportagem uma moradora, que preferiu não se identificar. Segundo ela, o barulho que mais gerou irritação veio da algazarra na madrugada. “O mais complicado são as pessoas que, depois da festa, saem gritando, fazendo barulho e não deixam os moradores descansar, principalmente os que têm cachorro”, afirmou.
“O som parece que está dentro do quarto, não preciso pagar para vir aqui ver o show. É barulho dia e noite”, disse a estudante Vitória Rafaela, revoltada também com as pessoas que, após deixarem o Laucídio Coelho, não se importam com os arredores. “Tem aqueles que vão embora a pé fazendo barulho, saem gritando. No primeiro dia não deixaram os cachorros e nem a gente dormir”.
A moradora lamenta, também, a questão de higiene, com as ruas dos arredores do parque lotadas de sujeira. “É uma falta de respeito mesmo. Aqui é um parque e todos têm acesso, mas as pessoas não valorizam o que têm. Essa é a realidade”.
Evento – Oficialmente aberta na quinta-feira (4) em evento na presença dos ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a Expogrande tem dois focos. Para o público especializado, composto por agropecuaristas e investidores, há rodadas de leilões e exposições de animais e equipamentos que movimentam milhões de reais.
Já a população encontra no Laucídio Coelho barracas de alimentação e, principalmente, atrações musicais de renome, que costumam lotar a estrutura. É justamente o volume de pessoas que passam pelo local que motivaram boa parte das queixas e, neste ano, chegou a uma sentença judicial exigindo que o parque fosse lacrado.
O juiz José Henrique Kaster Franco, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou o fechamento e proibiu eventos no local, atendendo a pedido da 34ª Promotoria de Justiça da Capital –desde 2011, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, responsável pelo espaço, descumpriu termo de ajustamento de conduta que previa obtenção de licença ambiental e de operação, bem como atuasse para conter os ruídos que saem do local.
A decisão foi manifestada em 26 de fevereiro. Porém, em 1º de março, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 1ª Vara Direitos Difusos e que já havia extinguido o processo anteriormente, expediu novo despacho liberando o funcionamento do espaço, já que era o julgador original do caso.