Cidade está "à beira" de epidemia de dengue, diz secretário-adjunto
Com a explosão dos casos de dengue nos últimos dois meses de 2012 Campo Grande está à beira de uma epidemia, alerta a Secretaria Estadual de Saúde.
“Se compararmos os números no fim do ano, os casos do fim do ano aumentaram e muito”, explicou o secretário-adjunto do Estado, Eugênio de Barros.
Conforme números da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o número de casos dobrou na comparação de novembro para outubro e quase triplicou em dezembro. De 386 notificações em outubro, para 695 em novembro e 1.938 no último mês do ano.
Uma das explicações para o aumento dos casos, segundo Eugênio, é a burocracia provocada pela Lei de Responsabilidade Fiscal e a contratação dos agendes de endemias. “São vencimentos de contratações, agentes em férias, trocas nas administrações e que refletem nas cidades e Campo Grande não foi exceção”, explicou o adjunto.
Para atender a demanda, uma das saídas seria a contratação temporária de agentes. “Temos uma necessidade maior no Verão, como nos shoppings no fim do ano. O problema é que precisa atender a legislação”, comentou.
Na outra ponta, o clima quente e chuvoso do fim da Primavera e do Verão provoca o crescimento maior do aedes aegypti. Com o calor e a umidade o mosquito fica adulto em uma semana, mas como ele é menor, precisa se alimentar mais vezes.
“O mosquito mais novo precisa picar mais gente para atender a sua necessidade biológica, logo mais gente fica com dengue”, detalhou Barros.
A população também sua parte de culpa, já que com ovo do mosquito pode permanecer um ano sem água esperando momento exato para eclodir.
“Se nós temos gente que fica até um ano sem limpar o quintal, vamos ter criadouros do mosquito”, disparou o especialista.
A partir de amanhã, a Prefeitura de Campo Grande começa a implantar o “Mutirão da Saúde”, para combater endemias, com foco na dengue. Três equipes percorrerão a cidade para recolher entulho, para diminuir os criadouros do mosquito.
A medida foi criada por decreto com validade de 90 dias, podendo ser prorrogado, e determina o envolvimento de três secretarias e da Coordenaria Geral de Segurança Pública para definir as ações emergenciais.
Para atender a demanda na Capital, o Governo do Estado repassou inseticida, larvicida equipamentos e orientação técnicas.
Tratamento – Infectologista, Eugênio explica que a população deve procurar o atendimento de saúde assim que sentir os sintomas da dengue e não recorrer a automedicação.
“Você não pode tomar o remédio que o seu vizinho toma”, contou. O médico lembrou que a dengue é uma doença perigosa, que se não tratada e contraída repetida das vezes, apresenta um sério risco para o paciente.
Com os casos se agravando a cada dois anos, é preciso que a população fique atenta para não acabar entrando em contato com os outros tipos do vírus.
“A saída é arregaçar as mangas e ir trabalhar. A vacina contra a dengue não deu certo, precisou ser adiada, e esterilizar o mosquito também não”, encerrou Eugênio.