Com ameaças de onda de invasões, sem-terra aguardam presidente do Incra
Decisão será tomada se não houver nenhum posicionamento do Incra sobre a reforma agrária
Ao menos 130 pessoas aguardam a presença do presidente nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Leonardo Góes Silva, nesta terça-feira (28), na sede do órgão em Campo Grande, para uma reunião que estava prevista para acontecer às 14 horas.
Os manifestantes aguardam na sede do instituto há quase uma hora para falar com o presidente, porém, um deles e que não quis se identificar, disse que o voo chegaria somente no início da noite "Achamos que talvez ele não irá aparecer, ou que sua fala será bem superficial", explica.
De acordo com o diretor estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de Mato Grosso do Sul, Jonas Carlos da Conceição, a reforma agrária está parada e há 6 anos nenhuma família é assentada no Estado. "Os cadastros das novas famílias estão até sendo realizados, mas estão sendo feitos de forma lenta e os dados estão desatualizados", diz.
Jonas também explica que esperam, nesta reunião, posicionamento do novo presidente do Incra quanto a garantias em relação à reforma agrária. Atualmente, o instituto acompanha aproximadamente 29 mil famílias.
"Caso não haja nenhum posicionamento por parte do presidente do Incra, os conflitos vão acontecer. As invasões de terra e os fechamentos da rodovias vão continuar", afirma.
Bloqueio - Manifestantes sem-terra bloquearam na manhã desta terça-feira (28) rodovias federais BR-262, próximo a Terenos, BR-163 em Itaquiraí e BR-267 saída para São Paulo, além de ocuparem a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Campo Grande, devido a visita agendada do presidente do Incra, Leonardo Góes Silva, no Estado, nesta terça.
Já no início da tarde, as rodovias federais BR-262, próximo a Terenos, BR-163 em Itaquiraí e BR-267 saída para São Paulo foram liberadas pelos manifestantes.