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Cidades

Com greve, estudantes são liberados mais cedo e ficam pelas ruas

Escola no Estrela Dalva tem horário das turmas do ensino fundamental alterados com paralisação

Leandro Abreu | 04/05/2016 10:30
Liberados mais cedo, alunos ficam pelas ruas próximas da escola no Estrela Dalva. (Foto: Fernando Antunes)
Liberados mais cedo, alunos ficam pelas ruas próximas da escola no Estrela Dalva. (Foto: Fernando Antunes)

Com a greve dos professores, escolas municipais de Campo Grande que tiveram maior adesão da paralisação estão liberando mais cedo algumas turmas e alunos ficam “perambulando” pelas ruas da região. Um exemplo é a Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, no bairro Estrela Dalva – região norte da Capital –, onde já há um mural na entrada com os horários em que alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental terão aula, serão liberados mais cedo ou nem mesmo precisarão ir à escola naquele dia.

Na manhã desta quarta-feira (4), vários alunos do 6º e 9º ano estavam na porta da escola aguardando a chegada do ônibus, dos pais irem buscá-los ou até de amigos que ainda estavam em aula. “Desde segunda-feira está assim. Ou nos liberam mais cedo, ou nem tem aula. Ai ficamos aqui na frente. Eu estou esperando meu irmão que ainda está na aula. Tem uns que ficam ali na esquina e outros rodando por ai”, disse um aluno do 9º ano.

De acordo com funcionários, a situação está melhor quando se comparada ao ano passado, quando os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) pararam por 77 dias, mas mesmo assim ainda há alunos sendo liberados por falta de professores. “Os alunos do pré ao 5º ano não saem mais cedo. Nós conseguimos remanejar algumas aulas e completamos os horários. Já do 6º ao 9º ano eles saem mais cedo em alguns dias, mas está bem melhor que ano passado. E todos os pais estão sendo avisados dessas mudanças”, comentou uma funcionária que não quis se identificar.

Para a dona de casa Guelit da Costa, 22, a greve ainda não afetou a rotina, mas teme que isso possa ocorrer nas próximas semanas se a situação entre os professores e a prefeitura não for resolvida. “Minha filha está no pré e tem aula todo dia por enquanto, mas se começar a não ter, vou ter que deixar com a minha mãe, que fica em casa. Mas é um problema também com o ensino. Agora que ela está aprendendo a escrever algumas coisas, vai desregular tudo”, afirmou.

Além de toda a rotina dos alunos e pais, as paralisações também afetam os comércios da região das escolas municipais. Uma comerciante que preferiu não se identificar tem uma papelaria em frente do colégio no Estrela Dalva e afirma que o movimento caiu 50% desde segunda-feira, com o início da greve. “Caiu muito, assim como no ano passado. O mercado ali da esquina até fechou o ano passado durante a greve de 77 dias. Eu não fechei ainda porque não pago aluguel, se não já tinha ido também”, lamenta.

Conforme o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais de Educação Pública), Lucílio Nobre, outras escolas também estão na mesma situação e devem estar liberando alunos mais cedo também. “As escolas Padre Tomaz Ghirardelli, no Dom Antônio Barbosa, e a Imaculada Conceição, no Jardim Batistão, foram uma das que tiveram a maior adesão dos professores, junto com a Consulesa”, disse.

Ainda conforme a ACP, a adesão da greve chega a 30% nesse terceiro dia, correspondendo a 600 profissionais, 56 escolas e seis Ceinfs (Centro de Ensino Infantil) parados parcialmente. Já a Semed (Secretaria Municipal de Educação), desmente a afirmação do sindicato, dizendo que a paralisação não chega a 10% do efetivo. A prefeitura informou que o efetivo na Educação soma 7,7 mil professores na ativa, sendo três mil concursados e 4,7 mil contratados, tendo 300 docentes parados nesta quarta-feira (4).

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