Com PF em descrédito, produtores rurais esperam que indígenas respeitem lei
AA conclusão do julgamento do caso Raposa Serra do Sol, em Roraima, trouxe aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul a discussão sobre o papel da Polícia Federal diante das invasões de terras e o respeito que os indígenas precisam ter com a lei.
Na audiência da CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária), do Senado, que discutiu demarcações de terras indígenas, o vice-presidente da Acrissul (Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul), Jonatan Pereira Barbosa, afirmou que a Polícia Federal está “desmoralizada” no Estado. “Se os agentes entregam um mandado de reintegração de posse, a liderança indígena rasga”, relatou.
O vice-presidente pontua que as decisões judiciais e do executivo precisam ser respeitadas pelos indígenas. “Ao rasgarem estes documentos, os índios argumentam que não respeitam a lei”, destacou Jonatan aos senadores.
Segundo ele, 75 propriedades rurais continuam ocupadas por indígenas no Mato Grosso do Sul. O vice-presidente da Acrissul ainda ressalta que as invasões são seguidas por atos de violência, com a destruição de instalações e máquinas.
O advogado da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul), Gustavo Passarelli, pontua que os indígenas têm direitos, mas que é preciso respeitar outros segmentos, no caso dos produtores rurais. “Todos nós somos brasileiros e devemos nos colocar sob a lei, respeitando-a”, afirmou.
Ainda na audiência, os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Waldemir Moka (PMDB-MS) alertaram para situação no estado. Segundo o petista, empresas multinacionais que fecharam contratos com produtores locais para fornecimento de cana-de-açúcar estão revendo os acordos.