De maior caçador, Tonho da Onça era símbolo de conversão
Com sua trajetória contada em reportagens e até livro infantil, Antônio Teodoro de Melo Neto, o Tonho da Onça, teve a prisão decretada pela PF (Polícia Federal) na Operação Jaguar.
Tonho, que nasceu em Coxim e mora em Rondonópolis (Mato Grosso), atualmente era tido como um caso simbólico de "conversão". Depois de ser considerado o maior caçador de onças pardas e pintadas do Brasil, com 600 abates no currículo, ele passou a auxiliar, desde 1990, o Ibama e entidades ambientalistas.
Em vez de matar, os tiros eram de dardos com anestésico. Imobilizada, a onça recebe um colar para rastreamento. Contudo, investigação da PF aponta que Tonho se trata de um ex-amigo das onças.
Preso, Eliseu Augusto Sicoli afirma que contava com a experiência de Antônio para coordenar as caçadas. Na chácara de Tonho, em Rondonópolis, a polícia encontrou vários cães de caça e armamento.
Já o filho de Tonho, Marco Antônio Moraes de Melo, foi preso em Sinop, em flagrante, antes de uma caçada. As investigações começaram em outubro, depois que a ONG da qual Tonho fazia parte denunciou o sumiço de 2 onças monitoradas.
Em entrevista à revista Camalote Ecoturismo, dois anos atrás, Tonho conta que a primeira caçada foi aos 7 anos. Aos 11 anos, começou a caçar onças "pra valer". "Matava por matar", conta ele, na reportagem.
Em 2006, a história de Antônio foi registrada no livro infantil "Tonho da Onça".