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Cidades

Em Alcinópolis, população diz estar em choque após morte

Redação | 26/10/2010 16:28

Minutos depois do assassinato em Campo Grande do presidente da Câmara, moradores de Alcinópolis já sabiam da morte de Carlos Antônio Carneiro, de 40 anos.

"Estamos em estado de choque, ele era filho da fundadora da nossa escola. Carlos era muito querido e parceiro da escola". Ana dos Santos, 36 anos, diretora da Escola Estadual Romilda Costa Carneiro.

O vereador nasceu na família mais tradicional do município. Filho do fundador da cidade, Alcindo Carneiro, que é, inclusive, o motivo do nome de Alcinópolis.

Assim que soube do crime, o pai viajou à Capital, já passou pelo IML (Instituto Médico Legal), assinou documentos para a liberação do corpo e seguiu para a casa da neta, que estuda em Campo Grande.

Hoje, ele é o vice-prefeito da cidade de 4.515 habitantes, uma das cinco menores de Mato Grosso do Sul, na região Norte, a 402 quilômetros de Campo Grande.

No município, moradores dizem que a notícia correu rápido, de boca em boca. Uma surpresa. "Fui informado por um amigo da família, no inicio pensamos que fosse um assalto, jamais um crime encomendado", comenta Fernando Taveira de Almeida, gerente dos correios, 27 anos.

Na Capital, Garras e policiais da 1ª DP saíram a tarde em busca do suposto mandante do crime, que estaria em Campo Grande, levando junto os dois bandidos já presos. No retorno, o delegado disse apenas que precisa concluir os depoimentos do presos para verificar qual o motivo da execução, mas não disse se já tem o nome do mandante.

O prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR), decretou luto de três dias pela morte do presidente da Câmara.

Silva conta que recebeu a notícia quando visitava uma obra, na área rural da cidade, e diz estar bastante surpreso. "Não tenho ideia do que pode ter ocorrido".

Carlos Antônio Costa Carneiro tinha vindo visitar a filha mais velha, de 17 anos, que faz faculdade na cidade.

A informação foi dada nesta tarde pelo irmão da esposa do vereador, Charles Cruyff Fernandes, que estava bastante abalado, na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), para onde os dois acusados pelo crime, Aparecido Souza Fernandes, de 28 anos, e Irineu Maciel, de idade não informada, foram levados.

Os dois foram presos minutos depois do crime, após serem perseguidos por policiais que estavam parados no trânsito e perceberam a movimentação. Segundo as apurações já feitas, Aparecido pilotava a moto usada e Irineu fez os disparos, que atingiram o verereador no rosto, no braço e no tórax.

Hora do Crime Na hora do almoço, o presidente da Câmara foi até o Hotel Vale Verde, na avenida Afonso Pena para almoço com um homem que identificou com "Antônio" ao atendente do hotel.

Ao ser informado de que não havia nenhum hóspede com esse nome, nem almoço no local, o vereador deixou o hotel e quando entrava no carro estacionado ao lado do prédio foi surpreendido pelos assassinos.

O vereador morreu no local. Equipes do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) tentaram reanimá-lo, sem sucesso.

O cunhado informou que o vereador deixa três filhos, de 10,11 e 17 anos. Ele presenciou a chegada dos pistoleiros ao local e disse que a família não entende do que possa ter motivado o crime.

Ele chegou a falar na possibilidade de latrocínio, o assassinato para roubar. A polícia porém, descarta essa hipótese e os próprios responsáveis pelo crime já tenham dito que foi uma encomenda, pela qual receberam R$ 20 mil.

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