Editais para PM e Bombeiros dobram procura por cursos preparatórios
Processo seletivo, com mais de 600 vagas para as corporações, abriu inscrições na sexta-feira
Esperados com ansiedade pelos concurseiros, os editais de concurso público para ingresso na Polícia Militar e Corpo de Bombeiros dobraram a procura por cursos preparatórios, depois de publicados nessa semana. Há possibilidade de estudo, para quem não estava tão dedicado, com pacotes que podem chegar a R$ 2,2 mil.
Milda Mandetta, gerente-geral da Mandetta Concursos, explicou que a oferta de 614 vagas, entre oficiais e soldados, associada ao longo período de inscrição até junho favorece quem não teve tempo de fazer um preparatório antes do edital.
"Houve aumento de 100% para as turmas da área de segurança pública. São quase quatro meses para as provas. A farda e a arma atraem muito as pessoas, porque existe admiração pela autoridade, além da segurança profissional, financeira e estabilidade", avaliou Milda.
Diretor do Neon Concursos, Onei Fernando Savioli compartilhou posição similar e ressaltou que candidatos que a pouco saíram do Ensino Médio podem ter vantagem em cargos como o de soldado Bombeiro, uma vez que enfrentarão questões de matemática, física e química.
"Quem estudou tem uma chance muito maior, mas para passar é preciso ler a teoria e fazer o máximo de questões da banca organizadora", destacou Onei, diante da procura dobrada de candidatos que buscam complementar o estudo em cursos preparatórios.
Investimento - A preparação adicional pode custar por matéria a partir de R$ 350, assim como entre R$ 1,4 mil (soldado) a R$ 2,2 mil (oficial) nos pacotes de três meses de estudo.
Com previsão do lançamento de editais para Guarda Municipal, PF (Polícia Federal) e PRF (Polícia Rodoviária Federal) a busca por cursos preparatórios na área de segurança pública será acentuada neste ano, sem contar concursos para setores da educação e saúde.
Adiantados - Para a servidora pública Jaqueline Fernandes, 30 anos, a preparação para o certame da Polícia Militar começou há quatro meses, quando pediu licença não remunerada para se dedicar aos estudos. "O interesse foi surgindo no cursinho e quase passei na Polícia Civil. Agora estou fazendo uma programação com as disciplinas para estudar", relatou.
Mesmo ciente do limite de idade para ingresso na carreira, de 30 anos 11 meses e 29 dias, Fernandes pretende conquistar uma vaga na corporação ou mesmo seguir buscando outras oportunidades no serviço público, no qual ingressou em área administrativa há 12 anos.
Artur Hiane Oshiro, 28 anos, passou a dedicar-se aos concursos desde que se formou em Direito há quatro anos. O interesse nas carreiras da segurança pública começou em janeiro de 2016. Ele estava super focado, porém foi quando dosou os estudos com atividades físicas que acabou aprovado para o cargo de investigador da Polícia Civil.
"Estava muito focado e comecei a ficar estressado. Assim que voltei com a atividade física o rendimento melhorou. Hoje divido o tempo como advogado com os estudos e a academia e o domingo separo para descanso", disse Oshiro, que pretende seguir como concurseiro.