Governador ignora determinação de Bernal e não antecipa novo PAM do HR
O governador André Puccinelli (PMDB) descartou antecipar a inauguração do novo PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em função do fechamento do setor no Hospital Universitário. A resposta foi reação ao prefeito Alcides Bernal (PP), que determinou, ontem à tarde, a imediata abertura do pronto socorro do HR.
André ressaltou que é preciso concluir a obra e promover concurso público para a contratação de novos profissionais. “Temos que terminar a estrutura, convocar os funcionários, ainda vai demorar para que o setor seja inaugurado, não iremos sair do que estava planejado”, ressaltou ele.
A Prefeitura de Campo Grande havia afirmado em nota que determinou ao governador a “antecipação” da obra, porém ele foi irredutível. “Esta situação é de responsabilidade da prefeitura, eu não sou o prefeito”, respondeu André.
Ontem durante a vistoria no hospital, o coordenador do PAM, Fernando Goldoni, ressaltou que a obra seria finalizada até o dia 15 de agosto, mas seu funcionamento ainda não tinha sido determinado. “Falta alguns detalhes e a contratação de médicos”, ressaltou ele.
O novo PAM do Hospital Regional aumentará de 35 para 58 leitos adultos, de 10 para 19 leitos pediátricos e mais 12 (leitos) para o setor de psiquiatria. Cada setor terá dois consultórios médicos, leitos de isolamento e postos de enfermagem.
Falta de recursos – O governador ressaltou que a situação caótica nos principais hospitais públicos e filantrópicos do país acontece pelo repasse “ineficiente” de recursos feitos pela União.
André explicou que o município deve investir 10% da sua receita líquida, e os estados 12%, no entanto o governo federal vetou destinar 10% de sua receita para saúde. “A Dilma (Rousseff) vetou, os hospitais que realizam todos os procedimentos não conseguem se sustentar, falta grana”, destacou.
O governador apontou que as unidades de saúde que atendem casos de baixa e média complexidade não conseguem “acertar” as contas, pois o repasse não é suficiente. “Uma consulta no SUS (Sistema Único de Saúde) paga-se R$ 10,00 e uma operação cesariana cerca de R$ 400,00, mas se for contar o médico, cirurgia, material e medicamentos, os gastos serão maiores, apenas nos casos de alta complexidade o recurso é satisfatório”, ressaltou.
Puccinelli fez questão de citar a Santa Casa, que segundo ele, tem um déficit de R$ 3 milhões justamente porque atende a todos os casos e não consegue fechar o mês de forma positiva. “Não é questão de má gestão, simplesmente o que vem não consegue pagar as contas”, concluiu.