Índios pedem a ministro que MS seja 1º para demarcações
Mato Grosso do Sul tem hoje centenas de indígenas vivendo de forma precária em 22 acampamentos localizados às margens das rodovias que cortam o Estado. Este dado, o pior índice do país, levou o Conselho dos Direitos da Pessoa Humana a trazer para Campo Grande sessão itinerante para debater com entidades casos de violência e dificuldades que afetam principalmente a etnia Guarani Kaiowá.
A reunião, que começou às 14h desta segunda-feira no Hotel Jandaia, vai até às 18h e tem a presença do ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.
"Esperamos ser ouvidos nesta reunião", disse o índio terena Elvisclei Polidorio, da Aldeia Cachoeirinha. As terras onde ele vive com sua gente foram retomadas há cinco anos, mas até agora a demarcação da área não foi feita porque os fazendeiros que ocupavam a terra entraram com recurso e o processo está parado no STF (Supremo Tribunal Federal). "Somos deixados por último", se queixou.
O drama enfrentado pelos terena é comum a outras etnias. Em geral, cada processo de demarcação leva 15 anos para ser concluído de acordo com o assessor jurídico do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) Rogério Batalha. Na reunião, os participantes entre eles o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, estão analisando um documento elaborado pelo CIMI, no qual, uma das propostas junto ao STF é dar mais celeridade ao julgamento dos processos de demarcação.
No Estado, um caso emblemático que ilustra as dificuldades dos povos indígenas ocorreu com a comunidade Laranjeira Nhanderu que foi despejada de sua terra e desde setembro de 2009 vive às margens da BR-163, na região de Rio Brilhante. Ao final da reunião, um relatório com sugestões será incorporado ao documento elaborado pelo Cimi.