Acusado de liderar rede de corrupção, boliviano é preso pela PF em MS
Antônio é investigado no caso de contratação de funcionários fantasmas e compras ilícitas em Santa Cruz
Acusado de liderar uma rede de corrupção que desviou milhões na Prefeitura de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, procurado pela Interpol e com mandado de prisão expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Antônio Parada Vaca foi preso pela PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (25), em Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande.
Antônio Vaca já havia feito pedido de refúgio no Brasil em dezembro do ano passado e foi hoje à sede da PF para buscar documentos, quando foi preso. Em nota, a PF mencionou que a prisão foi possível graças à troca de informações entre os policiais federais de Corumbá, a Adidância (representação) da PF na Bolívia, escritório central da Interpol em Brasília e o Centro de Cooperação Internacional localizado na PF no Rio de Janeiro.
Agora, ele será transferido para o sistema penitenciário de Corumbá, onde aguardará o processo de extradição, enquanto o pedido do governo boliviano é avaliado pela Justiça brasileira.
Segundo o Jornal Eldeber, o procurador de Santa Cruz, Róger Mariaca, afirmou que o processo de extradição será rápido. Segundo ele, o Ministério Público administrará os trâmites necessários para agilizar a entrega de Parada Vaca à Bolívia.
Nesta terça, o ministro do governo boliviano, Eduardo del Castillo, chegou a publicar um tweet informando sobre a prisão do principal envolvido no caso dos itens fantasmas, que envolve vários ex-funcionários da prefeitura.
Investigação - Conforme o Diário Corumbaense, Antônio é ex-diretor de Recursos Humanos do Gabinete do Prefeito de Santa Cruz e o principal investigado no caso de contratação de funcionários fantasmas e compras ilícitas, gerando prejuízos que ultrapassam 4,8 milhões de bolivianos por mês. Há nove pessoas investigadas, três estão detidas em Palmasola, incluindo a ex-prefeita Angélica Sosa.
Fuga - Durante as investigações, ele e o irmão Guillermo Parada Vaca fugiram da Bolívia antes de serem convocados pelo Ministério Público. Na época em que pediu refúgio ao Brasil, estava acompanhado do irmão, que também fez o pedido, mas acabou indo para o Panamá, onde foi preso no final de dezembro de 2021. Antônio permaneceu em Corumbá.
Antônio já havia sido incluído na difusão vermelha da Interpol e também foi expedido mandado de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF do Brasil.