Advogado acusa MP e Judiciário de descaso sobre morte de deputado paraguaio
Perícia particular aponta contradições em versão oficial de que Lalo Gomes atirou em policiais
O advogado do deputado paraguaio Lalo Gomes, morto em suposto confronto com policiais em agosto deste ano em Pedro Juan Caballero, acusou o Ministério Público e o Judiciário daquele país de falta de interesse em conhecer a verdade.
Acusado de ligação com lavagem de dinheiro do tráfico, Lalo Gomes, que tinha dupla nacionalidade, foi morto durante operação da Polícia Nacional, no dia 19 de agosto. O deputado teria atirado nos policiais e foi abatido no quarto onde dormia com a esposa. A família diz que não houve troca de tiros e acusa a polícia de execução.
Em entrevista à rádio ABC Cardinal nesta terça-feira (22), o advogado Óscar Tuma disse que os investigadores escondem informações sobre o que teria de fato ocorrido naquela madrugada e acusa o Judiciário e o MP de não parecerem interessados em revelar a verdade.
Ele cobra também explicações sobre os supostos crimes atribuídos a Lalo Gomes. “A causa principal, de suposta lavagem de dinheiro e financiamento de organizações criminosas, não avança. Propusemos diligências, mas os juízes não estão interessados em conhecer o que realmente aconteceu”.
Óscar Tuma afirma que três perícias diferentes atestaram que todas as transações financeiras envolvendo Lalo Gomes e suas propriedades foram sancionadas por dois bancos paraguaios e que, por isso, não haveria lavagem de dinheiro.
Laudo independente – Nesta segunda-feira (21), o advogado e a família de Lalo Gomes divulgaram laudo pericial balístico elaborado por perito particular apontando graves irregularidades no procedimento policial que resultou na morte do político do Partido Colorado.
Segundo Óscar Tuma, o laudo “derruba por terra” a versão oficial de que Lalo Gomes atirou nos policiais que entraram em sua casa para cumprir mandado de busca e apreensão. A perícia particular aponta que os tiros contra o deputado foram disparados de distância inferior a um metro.
O advogado afirma que as imagens do corpo de Lalo Gomes no local da morte desapareceram, assim como a roupa que o deputado usava no momento. As vestimentas poderiam revelar pistas importantes, segundo o advogado, como resíduos de pólvora.
“Se abriu investigação sem sentido que terminou na morte de um deputado na mão de nossas autoridades de segurança. Sem investigação séria, é difícil saber se não estavam preparados para o procedimento ou se havia infiltrados na operação para acabar com a vida do deputado”, questionou Óscar Tuma.
Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.