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Interior

Filha de deputado morto pela polícia cobra explicações de presidente paraguaio

Família de Lalo Gomes afirma que político foi assassinado na cama; polícia diz que foi em troca de tiros

Por Helio de Freitas, de Dourados | 19/08/2024 11:44
Pistola caída no piso do quarto de Lalo Gomes e ao fundo um altar (Foto: ABC Color)
Pistola caída no piso do quarto de Lalo Gomes e ao fundo um altar (Foto: ABC Color)

Larissa Gomes, filha do deputado Eulalio Gómes Batista, o “Lalo Gomes”, cobrou explicações do presidente do Paraguai, Santiago Peña, sobre a operação policial que resultou na morte de seu pai.

Suspeito de ligação com o cartel controlado pelo narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão – apontado como “barão das drogas” – Lalo Gomes, de 67 anos, foi morto na madrugada desta segunda-feira (19) em Pedro Juan Caballero, cidade-gêmea de Ponta Porã (MS).

De acordo com a Polícia Nacional, o deputado teria enfrentado a tiros os policiais que foram até sua casa para cumprir mandado no âmbito da Operação Pavo Real II.

Entretanto, a família de Lalo Gomes denuncia que ele teria sido assassinado. “A polícia disparou em meu pai quando ele abriu a porta. Cobro respostas de Santiago Peña e de todos os envolvidos. Meu pai era um servidor do Estado. Entraram e mataram um servidor público”, afirmou ela, em entrevista à imprensa paraguaia.

O advogado Óscar Tuma, que representa a família, disse que a operação contra Lalo Gomes foi irregular, considerando sua imunidade parlamentar. “O mataram na cama. Os familiares me asseguram que estava na cama com sua senhora. Entraram, arrombaram a porta e o acertaram com três balaços”, disse Tuma ao jornal ABC Color.

O deputado Lalo Gomes (à direita) com o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes (Foto: Arquivo)
O deputado Lalo Gomes (à direita) com o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes (Foto: Arquivo)

Deputado do Partido Liberal – rival histórico dos colorados – Billy Vasken disse que o procedimento contra Lalo Gomes foi irregular, pois seu domicílio também faz parte da imunidade à qual o parlamentar tinha direito. Segundo ele, existe suspeita de “queima de arquivo”, pois o político morto “provavelmente sabia muita coisa”.

Já o ministro do Interior Enrique Riera garantiu que os policiais apenas revidaram os tiros disparados por Lalo Gomes e por seu filho, Alexandre Rodrigues Gomes.

O rapaz mora em outro endereço e também teria reagido aos policiais atirando. Mesmo cercado, ele conseguiu fugir e horas depois se entregou na sede da Polícia Nacional. O corpo de Lalo Gomes será levado para a capital Asunción, para necropsia.

O governo do departamento de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, decretou luto de três dias pela morte do deputado colorado.

Conduzida pela unidade especializada de luta contra o narcotráfico e crime organizado, a operação mirou também os cidadãos paraguaios Luis Maria Zubizarreta, 84, John Gerald Mathias, 51, e o brasileiro Oscar Daniel Cabrera, 67.

Segundo o Ministério Público do Paraguai, todos são suspeitos de lavagem de dinheiro oriundo do comércio de drogas, supostamente controlado por Jarvis Pavão, atualmente cumprindo pena no presídio federal de Brasília.

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