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Interior

Alunos de escolas públicas de MS usam lixo eletrônico para construir robôs

Helio de Freitas, de Dourados | 19/07/2016 13:54
Robô “Guardião”, fabricado com lixo eletrônico (Foto: Divulgação)
Robô “Guardião”, fabricado com lixo eletrônico (Foto: Divulgação)

O professor Dalton Pedroso de Queiroz, do curso de ciência da computação da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), está ensinando alunos de escolas públicas a construir robôs usando lixo eletrônico, como peças velhas de computadores, celulares, baterias e eletrodomésticos.

O trabalho de Dalton de Queiroz leva educação ambiental para escolas e utiliza o lixo eletrônico para ensinar robótica. Segundo ele, esse tipo de lixo é bastante nocivo à saúde humana, mas a grande maioria da população em geral não sabe disso.

Segundo a assessoria da Uems, que tem sede em Dourados, projeto foi realizado pela primeira vez na Escola Estadual Antônia da Silveira Capilé e neste ano está sendo executado em outra escola de Dourados e em uma de Fátima do Sul.

As aulas servem também para a apresentação da chamada robótica educacional livre, segundo Queiroz. “Uma área desenvolvida no campo da educação que busca levar experimentos de robótica para enriquecer o aprendizado dos alunos a partir do reuso do lixo eletrônico, com isso conseguimos unir educação ambiental, tecnologia e educação”, afirmou.

Intelectual – Segundo o professor, a robótica tem se mostrado uma aliada no desenvolvimento intelectual dos alunos, principalmente na área das exatas, na qual muitos têm dificuldades. Só que a aplicação da robótica nas escolas públicas esbarra no alto custo.

“Com a robótica pedagógica livre, o custo se reduz extremamente, pois os kits para montagem dos robôs e os sistemas computacionais necessários são todos reaproveitados de equipamentos eletroeletrônicos obsoletos descartados e geralmente doados, ou seja, o custo com peças e montagens cai praticamente a zero”.

Queiroz disse que através dessa prática é possível levar tecnologia de ponta na escola pública, com a mesma qualidade dos kits de robótica vendidos no mercado.

Aluno do 3° ano do ensino médio, William Matheus Michel Braucks aprendeu muito participando da primeira edição do projeto.

“Foi interessante buscar novas informações. Desenvolvi diversas noções dentro de física que eu não tinha antes, assimilei novos conceitos. Era exatamente o que eu esperava quando topei participar do projeto: aprender”, afirmou Braucks.

Desmontando as máquinas, os alunos descobriram peças que poderiam ser reutilizadas para o curso de robótica. Usando parafusos, porcas, molas e apoios metálicos reaproveitados do lixo eletrônico, foi possível montar um kit mecânico. Com pesquisa na internet, os alunos montaram o robô.

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