Anistia cita morte de casal em aldeia e execução de jornalista na fronteira
O estudo, divulgado nesta quarta-feira, analisa a situação dos direitos fundamentais em 155 países
O relatório “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo”, da Anistia Internacional, divulgado nesta quarta-feira (24), cita a morte de casal guarani-kaiowá, em Aral Moreira, e a execução de apresentador de programa de rádio em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã. Os dois casos foram registrados no ano passado. O estudo analisa a situação dos direitos fundamentais em 155 países.
O documento relaciona a morte do jornalista Alexander Álvarez Rodríguez, conhecido como Alex Álvarez, de 39 anos, ao seu trabalho. Ele foi executado por pistoleiros no dia 14 de fevereiro. Alex, que atuava como produtor e apresentador na Rádio Urundey 103,3 FM, foi atingido com dois tiros na cabeça dentro de seu carro, no Centro.
Na ocasião, a polícia paraguaia divulgou que quatro homens foram presos logo depois numa casa no Bairro Obrero, na mesma região da cidade onde ocorreu o crime. Porém, a motivação para o assassinato não foi divulgada.
Em setembro, a líder religiosa da etnia guarani-kaiowá, Sebastiana Gauto, de 92 anos, foi assassinada pelo sobrinho-neto de consideração, Robson Rocha, na Aldeia Guassuty. A vítima e o marido, de 55 anos, Rufino Velasque, foram encontrados carbonizados. De acordo com a Polícia Civil, à época, o acusado usou cachaça para atear fogo no local onde o casal morava. Em depoimento, Robson disse não se lembrar do ocorrido devido ao uso de drogas.
Segundo o documento, os povos indígenas, historicamente submetidos à discriminação racial e à marginalização, continuaram a ser afetados de modo desproporcional por violações de direitos humanos. No começo deste ano, em outro caso de homicídio em aldeia, a página Kuñangue Aty Guasu - Assembleia de mulheres Guarani e Kaiowá comentou que episódios de violência muitas vezes são resultados do alcoolismo que tomou força nos territórios indígenas de Mato Grosso do Sul.
A Anistia Internacional menciona ainda que o Brasil possui uma das maiores desigualdades do mundo e que gera uma série de violações de direitos, principalmente em relação a negros, indígenas e mulheres.
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