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Interior

Após 2 índios feridos em conflito, Força Nacional faz plantão em fazenda

Luana Rodrigues | 20/09/2015 12:55
No local vivem aproximadamente 700 pessoas que reivindicam uma área de quatro mil hectares, cuja demarcação já foi feita, mas não efetivada por conta de entraves jurídicos. (Foto: Divulgação)
No local vivem aproximadamente 700 pessoas que reivindicam uma área de quatro mil hectares, cuja demarcação já foi feita, mas não efetivada por conta de entraves jurídicos. (Foto: Divulgação)
Polícia apreendeu diversos cartuchos na fazenda. (Foto: Divulgação)
Polícia apreendeu diversos cartuchos na fazenda. (Foto: Divulgação)
Indígenas conversaram com policiais. (Foto: Divulgação)
Indígenas conversaram com policiais. (Foto: Divulgação)

Dois indígenas ficaram feridos no conflito que estava sendo investigado pela Funai(Fundação Nacional do Índio) neste sábado(19). O conflito que envolveu cerca de 50 índios Guarani Kaiowá e 30 seguranças ocorreu na fazenda Ouro Verde, município de Paranhos - distante 469 quilômetros de Campo Grande. A PM(Polícia Militar) e a PF(Polícia Federal) estiveram no local para controlar a situação. Ontem a noite, a Força Nacional chegou ao local, para garantir a ordem.

Conforme o Major da PM(Polícia Militar), Josafá Pereira Dominoni, o conflito começou no sábado de madrugada, mas a situação tensa na fazenda já se arrasta há mais de 40 dias. No local vivem aproximadamente 700 pessoas que reivindicam uma área de quatro mil hectares, cuja demarcação já foi feita, mas não efetivada por conta de entraves jurídicos.

Segundo o Major, a maioria optou por esperar o desenrolar do processo pelos trâmites normais, mas um grupo de 50 indígenas, inconformados com a demora, estaria tentando fazer a retomada por conta, invadindo as propriedades.

Ainda de acordo com Dominoni, o abate de pelo menos três cabeças de gado teria motivado o conflito, pois seguranças contratados pelo proprietário da fazenda decidiram retomar a propriedade depois da morte dos animais. Já os indígenas afirmam que estavam no acampamento quando foram pegos de emboscada por pistoleiros.

Uma das vítimas é a liderança Elpídio Pires, que teria sido baleado no abdômen e recusado atendimento, com medo de que os produtores o matassem no hospital, mas depois foi convencido pela PM a ser levado para o hospital de Dourados, onde permanece internado. O outro ferido, ainda não identificado, foi atingido na perna pelo disparo e encaminhado a um hospital em Paranhos, mas passa bem, segundo a PM.

Segundo o comandante da PM(Polícia Militar) de Paranhos, sargento Joacir Vieira, tanto indígenas, quanto o gerente da fazenda e os seguranças, relataram que os rivais estavam armados. Houve troca de tiros e a polícia apreendeu vários cartuchos que passarão por perícia, porém nenhuma arma foi localizada. Além disso, apesar de dois indígenas feridos, nenhum suspeito foi preso.

Ainda conforme o comandante, 25 policiais militares e federais estiveram no local das 13h às 23h de ontem. Por volta das 20h, 12 policiais da Força Nacional chegaram ao local, mas já estava tudo mais tranquilo. O comandante explicou que a permanência deles por lá é por tempo indeterminado.

O delegado da Polícia Federal Bruno Raphael Barros Maciel explicou que irá apresentar um relatório sobre o que acompanhou no local e aguardará autorização sobre a instauração de um inquérito policial, já que o caso também foi registrado na Polícia Civil e pode ser investigado por ela. 

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