Após Clã Rotela fazer greve de fome, presos costuram lábios com arame
Defensoria Pública esteve no presídio nesta quinta-feira e pediu atendimento aos detentos
A defensora pública paraguaia, Gladys Escobar, esteve nesta quinta-feira (29) na Penitenciaria Regional de Pedro Juan Caballero, cidade que faz divisa com Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, após membros do Clã Rotela, facção paraguaia que disputa espaço com o PCC (Primeiro Comando da Capital), iniciar greve de fome. Ela constatou que alguns dos presos chegaram a costurar os lábios com arame.
Antes de mencionar "situação preocupante" na unidade durante entrevista a uma rádio local, Gladys afirmou que o Clã denunciou existência de privilégios aos membros do PCC. A defensora afirmou que foi solicitado atendimento médico e psicológico aos sete detentos que aderiram a greve.
Um dos porta-vozes do grupo, Victor López, pede uma conversa reservada com as autoridades paraguaias.
Rivalidade - Na semana passada, PCC e Clã iniciaram motim no presídio, que foi controlado. A rivalidade entre os dois grupos se intensificou após dois membros do PCC serem transferidos de penitenciaria. Os dois homens foram condenados pelo massacre da Penitenciaria de São Pedro e são considerados inimigos declarados do Clã Rotela.
Em junho de 2019, nove presos morreram e oito ficaram feridos no confronto entre presos do PCC e do Clã Rotela na penitenciária de San Pedro de Ycuamandyyu, no departamento (equivalente a estado) de San Pedro.
O grupo criminoso paraguaio é apontado como principal fornecedor de maconha, cocaína e crack em escolas e bairros pobres da capital Asunción e de Ciudad Del Este. É liderado pelo paraguaio Armando Javier Rotela Ayala. Na ocasião, todos os mortos foram do Clã Rotela. Cinco foram decapitados, três tiveram os corpos queimados e um morreu depois de ser levado para o hospital regional de San Pedro.