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Interior

Após protesto, chuvas impedem recapeamento em ruas destruídas

Caroline Maldonado | 05/02/2016 10:25
Tráfego de caminhões destruiu asfalto na área urbana (Foto: Direto das Ruas)
Tráfego de caminhões destruiu asfalto na área urbana (Foto: Direto das Ruas)

Apesar de recurso liberado, continua destruído o asfalto do trecho da MS-040, que passa pela zona urbana de Santa Rita do Pardo, a 266 quilômetros de Campo Grande. Essa e outras vias estão assim desde que caminhões começaram a entrar na cidade, em função da pavimentação de 209 quilômetros da rodovia, que segue para Bataguassu.

Em novembro de 2015, moradores queimaram pneus e interditaram a estrada em protesto. Eles queriam a construção de um anel viário, que retirasse o fluxo de caminhões na zona urbana. Ocorre que a questão divide opiniões, pois se os veículos não passam pela cidade, os comerciantes se sentem prejudicados, afinal o município tem em torno de 7 mil habitantes, a maioria na área rural.

A MS-040 foi inaugurada no início do ano passado. Segundo comerciantes, houve uma discussão na Câmara Municipal para decidir se era ou não interessante a construção de um anel viário para que os caminhões não entrassem na cidade, mas a decisão foi de acolher o tráfego dos veículos pesados na pequena região urbana.

Em poucos meses, as ruas foram destruídas pelos caminhões. Depois dos protestos, o Governo do Estado liberou R$ 5,2 milhões para recapear o trecho da rodovia que passa pela cidade e as ruas laterais. O contrato firmado com a Construtora Alvorada prevê ainda melhorias em drenagem. O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado há pouco mais de 20 dias. O documento diz que a empresa tem prazo de 120 dias para iniciar as obras.

No entanto, alguns fatores impedem o início do recapeamento. Segundo a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), no local está sendo realizada uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para implantação de esgoto. Além disso, o recapeamento vai exigir que as vias sejam interditadas e haja uma rota alternativa. Para piorar a situação, as chuvas são constantes na região, atrapalhando qualquer trabalho nas ruas.

Rua Júlio César Paulino Marques é uma das mais danificadas (Foto: Direto das Ruas)
Rua Júlio César Paulino Marques é uma das mais danificadas (Foto: Direto das Ruas)

Opinião – Para resolver o impasse, uma estrada está sendo aberta, próximo a rodovia para servir de segunda opção aos motoristas, segundo o comerciante Alváro Lima, 35 anos, que é proprietário de uma loja de produtos agropecuários, na Avenida Julião de Lima Maia, uma das vias principais, com asfalto danificado.

“Está sendo feito um desvio de terra para os caminhões, a cerca de quatro quarteirões das ruas principais. Isso vai resolver a situação para que as vias sejam recuperadas, mas o melhor, na minha opinião, seria que esses caminhões passassem lá perto da área industrial, isso traria mais empresas de grande porte e não teria estragado o asfalto”, disse o comerciante. Segundo ele, as obras de esgoto foram aprovadas, mas aí começaram as chuvas.

O funcionário de um comércio vizinho, que prefere não se identificar, tem opinião diferente. “Se não tivesse esses caminhões aqui, a cidade são seria nem conhecida. São pouco mais de 6 mil moradores, 4 mil na zona rural e o resto na área urbana. Em Ribas do Rio Pardo, fizeram anel viário e não mudou nada, porque a população acompanhou o anel”, comentou. O morador acredita que se a pavimentação tivesse melhor qualidade poderia suportar o trânsito de caminhões.

Fotos divulgadas pelo Campo Grande News, em dezembro do ano passado, mostram o estado das ruas de Santa Rita do Pardo. Segundo os moradores, a situação continua a mesma. A reportagem tentou contado com o prefeito da cidade, Cacildo Dagno Pereira (PRP); com a Prefeitura e com a Câmara de Vereadores, mas as ligações não foram atendidas.

Há morador que prefira que ruas sejam reforçadas e caminhões passem pela cidade para que haja movimentação no comércio (Foto: Direto das Ruas)
Há morador que prefira que ruas sejam reforçadas e caminhões passem pela cidade para que haja movimentação no comércio (Foto: Direto das Ruas)
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