ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 29º

Interior

Após protesto, chuvas impedem recapeamento em ruas destruídas

Caroline Maldonado | 05/02/2016 10:25
Tráfego de caminhões destruiu asfalto na área urbana (Foto: Direto das Ruas)
Tráfego de caminhões destruiu asfalto na área urbana (Foto: Direto das Ruas)

Apesar de recurso liberado, continua destruído o asfalto do trecho da MS-040, que passa pela zona urbana de Santa Rita do Pardo, a 266 quilômetros de Campo Grande. Essa e outras vias estão assim desde que caminhões começaram a entrar na cidade, em função da pavimentação de 209 quilômetros da rodovia, que segue para Bataguassu.

Em novembro de 2015, moradores queimaram pneus e interditaram a estrada em protesto. Eles queriam a construção de um anel viário, que retirasse o fluxo de caminhões na zona urbana. Ocorre que a questão divide opiniões, pois se os veículos não passam pela cidade, os comerciantes se sentem prejudicados, afinal o município tem em torno de 7 mil habitantes, a maioria na área rural.

A MS-040 foi inaugurada no início do ano passado. Segundo comerciantes, houve uma discussão na Câmara Municipal para decidir se era ou não interessante a construção de um anel viário para que os caminhões não entrassem na cidade, mas a decisão foi de acolher o tráfego dos veículos pesados na pequena região urbana.

Em poucos meses, as ruas foram destruídas pelos caminhões. Depois dos protestos, o Governo do Estado liberou R$ 5,2 milhões para recapear o trecho da rodovia que passa pela cidade e as ruas laterais. O contrato firmado com a Construtora Alvorada prevê ainda melhorias em drenagem. O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado há pouco mais de 20 dias. O documento diz que a empresa tem prazo de 120 dias para iniciar as obras.

No entanto, alguns fatores impedem o início do recapeamento. Segundo a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), no local está sendo realizada uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para implantação de esgoto. Além disso, o recapeamento vai exigir que as vias sejam interditadas e haja uma rota alternativa. Para piorar a situação, as chuvas são constantes na região, atrapalhando qualquer trabalho nas ruas.

Rua Júlio César Paulino Marques é uma das mais danificadas (Foto: Direto das Ruas)
Rua Júlio César Paulino Marques é uma das mais danificadas (Foto: Direto das Ruas)

Opinião – Para resolver o impasse, uma estrada está sendo aberta, próximo a rodovia para servir de segunda opção aos motoristas, segundo o comerciante Alváro Lima, 35 anos, que é proprietário de uma loja de produtos agropecuários, na Avenida Julião de Lima Maia, uma das vias principais, com asfalto danificado.

“Está sendo feito um desvio de terra para os caminhões, a cerca de quatro quarteirões das ruas principais. Isso vai resolver a situação para que as vias sejam recuperadas, mas o melhor, na minha opinião, seria que esses caminhões passassem lá perto da área industrial, isso traria mais empresas de grande porte e não teria estragado o asfalto”, disse o comerciante. Segundo ele, as obras de esgoto foram aprovadas, mas aí começaram as chuvas.

O funcionário de um comércio vizinho, que prefere não se identificar, tem opinião diferente. “Se não tivesse esses caminhões aqui, a cidade são seria nem conhecida. São pouco mais de 6 mil moradores, 4 mil na zona rural e o resto na área urbana. Em Ribas do Rio Pardo, fizeram anel viário e não mudou nada, porque a população acompanhou o anel”, comentou. O morador acredita que se a pavimentação tivesse melhor qualidade poderia suportar o trânsito de caminhões.

Fotos divulgadas pelo Campo Grande News, em dezembro do ano passado, mostram o estado das ruas de Santa Rita do Pardo. Segundo os moradores, a situação continua a mesma. A reportagem tentou contado com o prefeito da cidade, Cacildo Dagno Pereira (PRP); com a Prefeitura e com a Câmara de Vereadores, mas as ligações não foram atendidas.

Há morador que prefira que ruas sejam reforçadas e caminhões passem pela cidade para que haja movimentação no comércio (Foto: Direto das Ruas)
Há morador que prefira que ruas sejam reforçadas e caminhões passem pela cidade para que haja movimentação no comércio (Foto: Direto das Ruas)
Nos siga no Google Notícias