Após protesto, prefeita diz que prioridade é pagar salário em dia
De Brasília, onde tenta conseguir dinheiro do Ministério das Cidades para recuperar as ruas de Dourados, a prefeita Délia Razuk (PR) avisou os servidores municiais que a prioridade é pagar os salários em dia e deixou claro que não haverá reajuste em 2017. Na manhã de hoje (27), educadores e profissionais de enfermagem protestaram na prefeitura e depois saíram em passeata até a Secretaria de Educação.
Através da assessoria, Délia afirmou que reconhece o direito dos profissionais de educação e de enfermagem de protestar e que lamenta pelo município não ter condição de conceder o reajuste neste momento.
“Estamos enfrentando um grande desafio e acreditamos que por meio do diálogo, planejamento, equilíbrio fiscal e controle, vamos superar essa fase. Herdamos a prefeitura com uma folha salarial inchada, já no limite do que permite a Lei de Responsabilidade Fiscal. O PCCR impactou nesta administração”, afirmou ela.
Délia Razuk disse que o objetivo é regularizar o índice da folha de pagamento, que herdou acima de 54%, quando o índice fixado pela Lei Fiscal é de 51,30%. Também aponta “diversas dívidas que ficaram para serem pagas nessa gestão, em curto, médio e longo prazo”.
Já a secretária de Governo, Patrícia Donzelli, disse que a prefeitura não pode assumir um compromisso sem condições de cumprir. “Hoje, conforme divulga a própria Confederação dos Professores, pelo menos 70% dos municípios estão com os salários atrasados ou pagou com atraso”, declarou.
Também por meio da assessoria, o secretário de Fazenda, João Fava, lembrou que o decreto de maio deste ano determinando a redução da despesa com pessoal, veda a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração.
Ele citou ainda a queda e atraso nos repasses dos governos federal e estadual. O repasse mensal do Fundeb, por exemplo, estaria em R$ 8 milhões enquanto a folha salarial da educação chega a R$ 16 milhões/mês.