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Interior

Após' reabertura', temor agora na fronteira é que haja novo fechamento

Textos e fotos mostrando movimentação na faixa de fronteira criam o temor de quem se acostumou a viver nos dois lados

Nyelder Rodrigues e Helio de Freitas, de Dourados | 06/10/2020 19:12
Imagem mostra caminhões do Exército Paraguaio e geram temor de novo 'fechamento' na população (Foto: Marciano Candia/Ultima Hora)
Imagem mostra caminhões do Exército Paraguaio e geram temor de novo 'fechamento' na população (Foto: Marciano Candia/Ultima Hora)

Imagens de caminhões do Exército paraguaio com militares se movimentando na fronteira seca com o Brasil, mais especificamente na linha internacional que divide Pedro Juan Caballero e a brasileira Ponta Porã, cidade localizada a 323 km de Campo Grande, estão gerando um temor de novo fechamento do fluxo de pessoas entre os dois países.

Apesar de oficialmente ainda fechada, hoje o fluxo de pessoas entre Brasil e Paraguai segue livre, com os militares do país vizinho fazendo a popular 'vista grossa' para quem por ali passa. A situação, com a covid-19 por ora com números controlados, é vista com bom olhos para quem já se acostumou a viver nos dois lados.

Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são cidades gêmeas e conurbadas, ou seja, além de um ser 'espelho' da outra no outro lado da fronteira, estão urbanamente ligadas, bastando apenas atravessar uma rua para mudar de país.

"Recebi fotos agora falando disso [fechamento], mas durante o dia estive na região e estava a maior paz, sem problema algum", conta o empresário Wanderlei Teixeira, de 51 anos, e que trabalha também no ramo do gesso.

Wanderlei frisa que faz trabalhos há 30 anos tanto no lado brasileiro como no paraguaio e, por isso, o fechamento atrapalhou o dia a dia. "Tive funcionários que não puderam vir trabalhar também", completa. Aos fins de semana, ele também comanda um programa de rádio em Pedro Juan, tendo que se desdobrar para seguir no ar.

"Tive que montar uma webrádio, com um mini estúdio em casa, e lá de Pedro Juan a rádio local pegou o sinal e colocou no ar o programa. Então atrapalhou não só meus negócios, mas também o meu programa de rádio", diz o emrpesário.

A informação - Rapidamente um texto em espanhol do jornal paraguaio Ultima Hora sobre o possível endurecimento da fiscalização se espalhou, revelando que o trabalho ali só foi afrouxado para ajudar as buscas pelo ex-vice-presidente Oscas Denis, sequestrado.

Porém, como as buscas teriam sido abandonadas, a matéria diz que o controle de pessoas na fronteira voltaria a ser feito com rigor, inclusive com reinstalação das cercas de arame farpado que estavam dividindo a fronteira.

Por ora, não há nenhum confirmação de que haverá endurecimento da fiscalização, o que iria contra recente acordo entre o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) e o paraguaio Mario Abdo Benítez, que por telefone entraram em acordo e prometeram liberar a fronteira antes do dia 15 de outubro.

A expectativa é que a reabertura aconteça em breve com a presença dos dois presidentes em solenidade na Ponte da Amizade, que fica sobre o rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este, segunda cidade mais importante do Paraguai e a maior da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

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