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Interior

Apreensões de drogas aumentam 300% nos primeiros 4 meses do ano

Só o Departamento de Operações de Fronteira apreendeu 84 toneladas de janeiro a abril

Helio de Freitas, de Dourados | 05/05/2021 11:18
Policiais do DOF e da Defron ao lado de fardos de maconha; apreensões recordes (Foto: Divulgação)
Policiais do DOF e da Defron ao lado de fardos de maconha; apreensões recordes (Foto: Divulgação)

Mesmo com seguidas operações binacionais para destruir lavouras de maconha no lado paraguaio da fronteira, as apreensões continuam quebrando recordes em Mato Grosso do Sul. No primeiro quadrimestre do ano, só o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) apreendeu 84 toneladas de entorpecentes, 300% a mais que no mesmo período do ano passado.

Com sede em Dourados (a 233 km de Campo Grande), o DOF atua em 53 municípios sul-mato-grossenses, principalmente na faixa de fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

Conforme balanço divulgado nesta quarta-feira (5) pela assessoria de comunicação do DOF, de janeiro a abril de 2020 o grupo de elite apreendeu 20,9 toneladas de drogas.

Como 2020 foi o ano em que se registrou a marca histórica de 264,1 toneladas de drogas apreendidas e levando em conta as apreensões do primeiro quadrimestre deste ano, o departamento calcula que em 2021 o recorde deve ser superado.

Segundo o DOF, os números dos últimos cinco anos mostram que o primeiro quadrimestre é período de menor incidência na apreensão de drogas, em razão do período de entressafra da maconha produzida no Paraguai.

Contudo, o primeiro quadrimestre de 2021 registrou o maior volume de drogas apreendido em igual período de todos os anos de existência do DOF, fundado em maio de 1987.

O diretor do DOF, coronel PM Wagner Ferreira da Silva, avalia que a tendência de alta registrada desde maio de 2020 vem se confirmando e se mantendo em 2021.

Segundo ele, o aumento do tráfico se deve à lei da oferta e da procura. Por outro lado, as apreensões crescem principalmente devido ao aperfeiçoamento da atividade de inteligência policial e à política de enfrentamento às organizações criminosas com integração das forças de segurança.

O coronel Wagner cita como exemplo dessa interação a Operação Hórus, parceria da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública de MS com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, iniciada em setembro de 2019.

“O crime organizado mantém os mesmos métodos na tentativa de transpor nossas fronteiras rumo aos grandes centros brasileiros, se valendo de cadeia logística e exército de reserva humano complexo, que nos exige muito empenho para interceptar as cargas de drogas, combater a lavagem e dinheiro e descapitalizar quem financia a violência no Brasil”, afirmou.

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