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Interior

Assessor de prefeita recorreu a dois senadores para vetar petista em reitoria

Djalma Barros confirmou áudio em que afirma ter pedido intervenção de Nelsinho e Soraya para evitar nomeação de Biasotto

Helio de Freitas, de Dourados | 24/06/2019 16:42
Roberto Djalma Barros disse que mandou “coisas” a senadores mostrando que Etienne Biasotto falou mal de Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Roberto Djalma Barros disse que mandou “coisas” a senadores mostrando que Etienne Biasotto falou mal de Bolsonaro (Foto: Reprodução)

O ex-deputado estadual Roberto Djalma Barros afirmou que recorreu aos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) para impedir a nomeação do professor Etienne Biasotto como reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

A declaração foi feita em áudio vazado nesta segunda-feira (24) pelo ex-vereador Wilson Biasotto, pai de Etienne. Ao site douradense Estado Notícias, Djalma confirmou ser sua a voz divulgada por Biasotto no Facebook.

Antipetista declarado, Djalma Barros é, desde 2013, diretor da Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar de Dourados, vinculada à prefeitura da segunda maior cidade de Mato Groso do Sul. O cargo é de confiança.

Etienne Biasotto venceu a eleição interna para reitor da UFGD e teve o nome incluído na lista tríplice enviada em março ao Ministério da Educação.

Entretanto, no dia 10 deste mês o ministro da Educação Abraham Weintraub nomeou como reitora temporária a professora do curso de pedagogia Mirlene Damázio, ligada a apoiadores do governo Bolsonaro em Dourados.

Para o DCE (Diretório Central dos Estudantes) e a Associação dos Docentes da UFGD, a nomeação foi uma intervenção do MEC na autonomia da universidade, já que a eleição interna não foi respeitada. Mirlene não participou da consulta interna e não apresentou o nome para ser incluído na lista tríplice.

Senadores – No áudio, cuja autoria da gravação é desconhecida, Djalma Barros afirma ter “enviado coisas” aos dois senadores para denunciar o caso e impedir a nomeação do petista como reitor. Ele comemora a decisão do MEC de nomear Mirlene Damázio e defende a permanência da professora no cargo.

“Eu consegui através da senadora Soraya Tronick e do senador Nelsinho. Eu denunciei que o filho do Biasotto tinha ganho a eleição lá na Universidade Federal e não era para eles deixarem ser nomeado o filho do Biasotto”, afirma Djalma na conversa. Ele diz não se recordar o dia nem com quem conversou sobre o caso.

“E mandei algumas coisas que o Biasotto escrevia esse ano inteiro contra o nosso presidente da República”, afirma o ex-deputado e atual assessor da prefeita Délia Razuk (PR). “Ai agora ontem, o MEC anulou a eleição para não nomear o filho do Biasotto. Viu como vale a pena? Denuncie mesmo! Tem que tirar esse petista e deixar a mulher lá… Ela não é petista, é uma mulher muito séria”.

A reportagem procurou as assessorias de imprensa dos dois senadores sobre a história. A assessoria de Nelsinho Trad informou que o senador não conhece Djalma Barros, nem manteve contato com ele nos últimos tempos. A assessoria de Soraya informou que encaminharia o assunto à senadora. Assim que ela se manifestar as informações serão divulgadas pelo Campo Grande News. (Matéria editada às 18h para acréscimo de informações).

Ouça abaixo o áudio em que Djalma Barros afirma ter pedido a senadores para impedir nomeação de petista na UFGD:

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