Atraído para encontro em bairro nobre, rapaz foi morto em guerra de facções
Integrante do PCC, autor foi preso hoje na região sul de Dourados e confessou assassinato
Samuel Severiano Bronel, 22, morto com seis tiros no dia 4 deste mês em Dourados (a 251 km de Campo Grande), foi vítima da guerra travada por facções criminosas na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
O autor do crime, Alisson de Lima Silva, 27, foi preso hoje (15) por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) na Rua Audelino Garcia Camargo (antiga W-16), no Jardim Água Boa, região sul da cidade. Ele confessou o assassinato.
Segundo investigadores da Polícia Civil, a ordem para o assassinato de Samuel partiu de dentro da PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Alisson é do PCC (Primeiro Comando da Capital) e Samuel seria integrante da chamada “oposição”, formada por bandidos rivais do Primeiro Comando da Capital.
O crime ocorreu na tarde de sábado (4), na Rua Alemanha, no Jardim Europa, bairro nobre localizado na região norte de Dourados. Samuel foi atraído ao local para encontro com uma mulher, marcado através de rede social.
Assim que desceu do carro de aplicativo contratado para levá-lo ao local do encontro, Samuel foi morto com seis tiros de pistola calibre 380. Segundo a investigação, Alisson seguia o carro em uma Honda Titan preta. Ele estava com a moto no momento em que foi preso.
O delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG, informou que Alisson tentou fugir e chegou a fazer menção de sacar a arma que levava na cintura, mas foi dominado antes de reagir. Inicialmente ele negou o crime, mas depois confessou ter sido o autor do assassinato.
A polícia encontrou com ele uma pistola calibre 380 com 16 cartuchos intactos, mas não é a mesma arma do crime. Ele disse que descartou a outra pistola, por ordem da facção. Alisson de Lima Silva foi autuado em flagrante por porte de arma. A polícia pediu a prisão preventiva dele pelo homicídio.
Em dezembro do ano passado, Alisson tinha sido preso por tentativa de homicídio também ligada à guerra de facções. Ele fazia parte do grupo que disparou quase 30 tiros na casa de um rival do PCC no Parque das Nações. A polícia chegou a pedir a prisão preventiva dele, mas logo saiu da cadeia.