Auditores da Receita mantêm greve há 4 dias e fila de caminhões é quilométrica
Nos três postos de fronteira ocorre a “operação padrão”, que é a vistoria minuciosa de cada veículo de carga
Sem receber bônus de eficiência após sete anos de lei regulamentada que o prevê, os cerca de 100 auditores fiscais da Receita Federal de Mato Grosso do Sul estão em greve desde a segunda-feira e trabalham com apenas 30% do efetivo. Nos três postos de fronteira – Corumbá, Mundo Novo e Ponta Porã – ocorre a “operação padrão” que é a vistoria minuciosa de cada veículo de carga que trafega pelas respectivas localidades.
Isso atrasa o transporte de mercadorias e cria longas filas de caminhões, principalmente em Corumbá, onde ao menos 200 veículos de carga passam todos os dias. Nas outras duas aduanas de Mato Grosso do Sul, essa mesma quantidade trafega em uma semana.
O presidente Sindifisco MS (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Mato Grosso do Sul), Anderson Novaes, explica que lei que previu o bônus é de 2016, mas só foi regulamentada este ano. Mesmo assim, pelas normas da regulamentação, o que poderia haver de ganhos salariais ficaria “elas por elas” e sem vantagens efetivas.
“Antes, independente de meta, tínhamos um salário. Agora, pra ganhar o mesmo valor, vamos ter que atingir a meta”, disse. Segundo ele, outro problema é a quantidade de auditores – 100 – e não há concurso há oito anos, quando foram ofertadas 230 vagas para todo Brasil. Anderson não informou qual o salário médio dos auditores nem o valor das possíveis perdas ao longo dos anos.
Conforme dados do sindicato nacional da categoria, a greve é por tempo indeterminado e a Receita Federal como um todo “vem sendo duramente afetada por um perverso processo de desmonte, traduzido, mais diretamente, nos sucessivos cortes orçamentários, que chegaram a comprometer o funcionamento da casa”.
Há ainda problemas de estrutura, “sobretudo na aduana, onde muitas vezes o auditor fiscal é o único representante do Estado, é outra consequência gritante desse descaso. De norte a sul do país, o que se vê é o retrato da precariedade e do abandono”.
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