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Interior

Câmara cassa o 5º vereador suspeito de receber mensalinho para apoiar Ruso

Paulo Rogério Barbosa também perdeu o cargo sob acusação de se beneficiar de esquema para dar apoio ao ex-prefeito Carlos Ruso

Humberto Marques e Leonardo Cabral, do Diário Corumbaense | 05/04/2019 18:53
Paulo Rogério também foi acusado de receber mensalinho na Câmara de Ladário. (Foto: Pérola News/Reprodução)
Paulo Rogério também foi acusado de receber mensalinho na Câmara de Ladário. (Foto: Pérola News/Reprodução)

A Câmara Municipal de Ladário –a 419 km de Campo Grande– cassou nesta sexta-feira (5) o mandato de Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN), o quinto a perder o mandato em decisão do plenário por acusação de receber um mensalinho para dar apoio ao ex-prefeito Carlos Ruso (PSDB), que também perdeu o cargo. Sete integrantes da Casa foram denunciados pelo Ministério Público por envolvimento no esquema, ao lado de Ruso (cassado na segunda-feira, 1º de abril) e do ex-secretário de Educação Helder Botelho.

Dos denunciados, apenas a ex-vereadora pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB) –também cassada– não está em um presídio, cumprindo prisão domiciliar. Os homens investigados no caso foram detidos em 26 de novembro em ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e trazidos para o Centro de Triagem de Campo Grande.

Barbosa, conforme o Diário Corumbaense, não apresentou advogado –notificada, a defesa não compareceu ao ato. “Agora é publicar o decreto com a decisão da cassação”, afirmou o presidente da Câmara ladarense, Daniel Benzi (MDB). Suplente direta de Barbosa, Delari Bottega (PP) não participou da votação, assim como Fábio Seren da Silva (PMN), que compôs a coligação do agora ex-vereador.

Fábio Peixoto (PTB) e Jonil Junior (PMN) também não votaram. Os dois vereadores pediram afastamento por integrarem o quadro de denunciantes –eles e Benzi colaboraram com o Gaeco durante as investigações sobre o mensalinho.

Pendentes – Com a decisão desta sexta, estão pendentes de julgamento no plenário os vereadores André Caffaro e Vagner Gonçalves (ambos do PPS). “O André conseguiu mandado de segurança onde solicitou cópias de algumas atas de recebimento da formação das comissões processantes e, por conta disso, tivemos que devolver o prazo para que pudesse complementar a defesa prévia. Depois de seguidos os trâmites, a audiência de julgamento será marcada”, explicou o assessor jurídico da Câmara, George Fuentes de Oliveira.

Benzi (à esquerda) lembrou que Caffaro conseguiu mandado de segurança. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Benzi (à esquerda) lembrou que Caffaro conseguiu mandado de segurança. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Quanto a Gonçalves, houve prejuízo com a sessão de instrução da comissão processante na tarde de quinta (4). “Por conta de uma audiência do advogado de defesa do acusado, foi designada para esta sexta-feira a instrução processual, que é a oitiva de testemunha de acusação, de defesa da denunciante e do próprio acusado, onde então, se abrirá prazo posteriormente para relatório e alegações finais”, explicou George.

Cassados – Além de Barbosa e Lilia, já perderam os mandatos de vereador Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), Augusto de Campos (MDB, o “Gugu”) e Osvalmir Nunes da Silva (PSDB, o “Baguá”). Primeiro a ser julgado, Ruso foi cassado na segunda-feira. Além do processo político-administrativo, eles ainda respondem à Justiça pelas acusações.

A Câmara de Ladário abriu três comissões processantes sobre o caso. Ao longo de três meses, os vereadores apuraram a denúncia de integrantes do Legislativo recebiam valores entre R$ 1,5 mil e R$ 3,5 mil por mês para dar apoio à gestão de Ruso. Eles teriam, inclusive, atuado para barrar uma CPI sobre a Saúde do município.

Além do dinheiro, o esquema envolveria nomeações para a Secretaria de Educação, coordenada por Botelho. O esquema teria se arrastado por mais de um ano.

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